sábado, 5 de junho de 2010

A tecnologia nos deixou caretas?




Semana passada, estive em São Paulo para ver a banda que mais idolatrei durante a adolescência: o Aerosmith. No Parque Antártica, cerca de 40 mil pessoas se apertaram para ver os pais do Hard Rock. E não faltaram hits - eu até tenho uma lista de músicas que gostaria de ter ouvido no show, mas ficaram de fora.
Mas, diferente do que eu imaginava, o público não pulou e "bateu cabeça" no bom e velho estilo rock and roll. Quando se olhava para a pista da arquibancada (onde eu estava), tudo o que se via era um monte (e põe monte nisso) de luzinhas de câmeras. A grande maioria das pessoas preferiam assistir a apresentação olhando para o visorzinho da câmera, do que pular e dançar ao som dos inúmeros sucessos do set list.
Eu já havia ficado impressionada com esse fênomeno no show dos Cramberries, mas não imaginava que se repetiria de tal forma no Aerosmith. Afinal, quando eu era adolescente e o Aerosmith era um dos principais nomes da música mundial, nós roqueiros "batíamos cabeça" em todos os shows. Todos mesmo.
No Parque Antártica, não pude deixar de me perguntar: a tecnologia nos deixou careta ou ela simplesmente reflete a caretice da minha geração, que deixou o rock para o passado e agora prefere assistir o mundo de uma telinha? A maioria esmagadora do público estava nas casas dos 30, assim como foi no Cramberries. Por isso não posso generalizar, não sei como tem se comportado o pessoal que acabou de sair da adolescência. Mas como esses já escutam muitas bandas emo, dificilmente conseguirão fugir da caretice balzaquiana daqui a alguns anos.

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