terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Lá vai 2009...

Vou me lembrar sempre de 2009 como o ano divisor de águas na minha vida. É o ano em que engravidei, carreguei um bebê em meu ventre, vivenciando todas aquelas emoções e doideiras exclusivas de gestantes e dei a luz a uma neném linda.
Sim, tudo em 2009 girou em torno de Catarina. Passei por momentos muito felizes e outros muito tristes (como a morte do meu superamigo Marcus), mas nada que tire de 2009 o título de Ano da Catarina. Até mesmo a existência deste blog (inaugurado no começo do ano) está totalmente relacionada à minha filhinha, já que relatei aqui cada detalhe da chegada dela em minha vida, da concepção ao nascimento.
Mas é bom dizer também que 2009 foi o ano em que pude fazer novas amizades e fortalecer outras. Carol passou de grande amiga à comadre, Clarice e eu passamos a ser da "mesma família", Claudinha e eu ficamos ainda mais próximas (não apenas na balada), Érika Pessoa apareceu para ser um anjo na minha vida... Mas a relação que ficou ainda mais forte em 2009 foi com minha mãe. Ninguém acompanhou de tão perto minha gravidez e a chegada da Catarina. Isso tem sido fundamental para a felicidade das três: eu, Catarina e a Vovó Coruja.
E lá vem 2010...
Que já começa trazendo bons ventos. Estava me preparando para procurar trabalho em janeiro ou fevereiro, mas o trabalho procurou por mim logo que Catarina nasceu. Primeiro, a escola onde fiz estágio me procurou. Depois, foi me oferecido um freela imperdível para janeiro e ontem fui chamada para cobrir férias no Hoje em Dia. Não tive como recusar. Na primeira segunda-feira do ano, estarei de volta ao jornalismo enquanto Catarina terá de se adaptar ao berçário.
Será o ano em que verei minha filha dar as primeiras gargalhadas, balbuciar seus primeiros sons, dar seus primeiros passos... Ou seja, 2010 tem tudo para ser inesquecível também.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Natal

Nem me lembro da última vez em que fiquei ansiosa pela noite de Natal. Talvez na infância. Mas em 2009, a ansiedade tomou conta de mim novamente. Seria o primeiro Natal de Catarina, afinal. E realmente foi uma data recheada de presentes e alegrias - mesmo que ela não saiba disso ainda. Os presentes vieram de todos os lados: amigos, padrinhos, tias, tios, vovós... Foram muitas roupinhas, as primeiras bonecas, brinquedos divertidos... Quanta coisa! Deu para ver o quanto minha filhinha é amada por tantos.
Só não foi 100% porque não pude deixar de ficar chateada com a ausência de qualquer carinho por parte do pai da Catarina. Não porque eu acho que essa falta vá fazer alguma diferença na vida dela neste momento, mas abriu-me uma expectativa ruim de que essa não será a primeira ausência e isso sim é um problema. E também porque isso escancarou algo mal resolvido em minha vida.
Tenho medo que Catarina passe pelos mesmos momentos tristes que eu e minha irmã sentimos ao longo de nossa vida proporcionados pelo meu pai. Para ele, eventos infantis eram muito chatos e esteve ausente em alguns. Posso contar nos dedos os presentes que ele comprou sozinho para nós. Também não esteve presente em muitos fatos importantes como primeira comunhão ou minha formatura na Unesp. Pedro está com nove meses e até hoje meu pai não o conheceu pessoalmente. Não tenho dúvidas sobre o amor do meu pai e reconheço que muitas das minhas qualidades foram inspiradas em seu exemplo, como a dedicação aos estudos e a boemia, por exemplo. Mas é impossível ficar indiferente a essa ausência afetiva, que marcou profundamente a mim e a Thais.
Torço muito para que Catarina tenha outra história.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Megaemocionante

Quem me conhece sabe que eu não poderia dixar de tecer alguns comentários sobre o campeonato brasileiro de 2009, o mais emocionante de todos os tempos.
1) É incrível como o Galo SEMPRE morre na praia. Vários atleticanos me disseram este ano que o time era ótimo, o melhor do últimos anos e estavam muito confiantes. Havia um motivo, afinal, o time liderou a tabela por várias semanas. Mas não adianta, no futebol dos pontos corridos, não basta ter um goleador em boa fase. E o resultado foi piordo que os rivais imaginavam: um 7o lugar, atrás do Avaí.
2) Já o Cruzeiro mostrou mais uma vez seu poder de superação. E com direito a gol do Kleber. Adoooro!
3) O São Paulo não levou dessa vez, mas ficou em 3o lugar, lutando até o último momento. O meu time é muito regular desde que me entendo por gente. Não sei o que é sofrer por conta de futebol.
4) Há um mês, ninguém podia imaginar que Palmeiras, com seu time milionário e muita vantagem, poderia perder o título do campeonato. E não conseguiram nem mesmo a Libertadores! Todo mundo se pergunta o que aconteceu nos bastidores do clube para que tal coisa pudesse acontecer. Isso só eles sabem. Mas fica aqui a lição que o Muricy sempre ministrou no São Paulo: para levar a taça tem que ter regularidade.
5) Para mim, o grande nome do campeonato não foi Adriano nem Diego Tardelli. Mas Fred. Bastou ele voltar ao Fluminense depois de um longo tempo afastado para mudar a sorte do time. Nem a pessoa mais otimista do mundo imaginava que o tricolor pudesse escapar, mas o Fred é tão bom, mas tão bom, que saiu marcando gols e ajudou o time a alcançar a autoestima. Claro que a torcida também ajudou. Em vez de dar as costas, ela se mostrou confiante até o último momento e isso foi imprescindível para que o clube não caísse. Incrível! Adoraria ver o Fred de volta ao Cruzeiro ou, melhor ainda, no São Paulo.
6) Mais uma vez um time gaúcho morreu na praia. Já tem alguns anos que Grêmio ou Inter ficam no quase...
7) E se o Adriano tivesse parado de verdade?

sábado, 21 de novembro de 2009

Diário da mamãe - Parte 28

Estava assistindo a um programa na Rede Minas chamado "Papo de Mãe". Um assunto dominava a pauta da atrãção: parto. Falou-se sobre doula, parto normal, partos feitos por policiais, acompanhamento dos pais etc.
Acho engraçado que esse assunto gere tanta conversa. O meu parto foi tão simples que não enxergar alguma complexidade em relação a isso, sejam as frescuras que levam ao parto cesariano, sejam as frescuras do parto natural.
Para se ter um filho, não é preciso gastar rios de dinheiro, não é preciso fazer um megaplanejamento. Afinal, como será o seu parto, só Deus sabe. A minha irmã não tinha plano de saúde, mas fez questão de ter seu filho em hospital particular e com parto normal. Gastou uma nota com quarto, anestesista e todo o blablablá de um hospital. Tudo para ter o parto dos sonhos. Mas a vida lhe preparou uma cilada e a dilatação não veio. Pedro teve sofrimento fetal e a Thais teve de encarar uma cesária de emergência. Um enorme sofrimento.
Já eu, que tinha plano de saúde, preferi ter a Catarina em hospital público, por desejar o parto normal (coisa muito rara em hospitais particulares). Como acho que o parto depende da mulher e não do médico, não fiz questão de pagar a minha ginecologista para que fizesse o parto. Não vi problema nenhum em ter de encarar o plantão. Mas frente a essa decisão, tive que escolher bem o hospital. Optei então pelo Hospital das Clínicas, onde haveria o incentivo para o parto normal e onde haveria um quarto particular bancado pelo plano de saúde. Além disso, por lá não haveria uma pressão xiita como há no Sofia Feldman, por exemplo. No HC, não há nada muito diferente como uma banheira. Melhor assim. Sinceramente, sou mais a anestesia do que o chiquérrimo parto na água.
Minha escolha não podia ser melhor. Não gastei nada além das mensalidades do plano e tive o parto dos sonhos: rápido e com profissionais de excelente qualidade ao meu redor. E ainda tive a melhor doula do mundo: minha mãe. Nada como ter uma mulher que sabe como são as dores das contrações ao seu lado para tornar tudo mais fácil.
Como disse a uma amiga grávida semana passada: quando se trata de gravidez e parto, quanto mais simples, melhor. Nada de frescura ou muitas preocupações.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Diário da mamãe - Parte 27

Todo mundo que me conhece sabe o quanto odeio Manoel Carlos e suas novelas que retratam uma rotina da classe média alta do Leblon. Mas ontem fiquei um pouco mexida com a cena em que Helena contou para Marcos que estava grávida. Somente quem passou por uma situação parecida para imaginar o quanto dói receber palavras frias num momento tão delicado...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Diário da mamãe - Parte 26

Incrível como estou cada vez mais apaixonada pela minha gatinha. O tempo todo me pego olhando para ela, encantada com o mínimo de interação entre mãe e filha. Basta um pequeno sorriso, um balbucio, uma careta para eu me derreter completamente.
E olha que ela continua sem dormir direito na madrugada, me impedindo de descansar. Mas eu dormi muito durante a gestação. Tô com as baterias ainda bem cheias.
Para quem ainda não viu as fotos da Catarina, basta ir no www.flickr.com/cinthyaoliveira.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Diário da mamãe - Parte 25

A temida cólica chegou com tudo. Catarina tem reclamado de dores de barriga várias vezes ao dia. E de madrugada. Esta noite, ela acordou à 0h15 e não conseguiu mais dormir. Consequentemente, sua mãe também não. Foi muito difícil, mas já imaginava que isso aconteceria. Saber que isso acontece com todos e por muitas noites me amedronta e me conforta ao mesmo tempo. Isso faz parte da maternidade.
Se amamentar de madrugada é ruim porque estamos pregadas, morrendo de sono, o prazer oferecido por todas as outras mamadas compensam. Se é difícil ficar acordada, esperando pelo aguardado sono, cada momento agarradinhas no período diurno me fazem esquecer dos problemas.
Minha rotina está presa ao ambiente da minha casa, determinada pelas necessidades da Catarina, mas estou adorando. Muito mais do que imaginava. Não tenho como ir nem mesmo ao supermercado ou ao sacolão, não posso preparar algum almoço mais complicado. Mas nem tô ligando. Terei a vida toda para fazer o que estou acostumada. Já curtir a minha nenenzinha 24h por dia é algo que só posso vivenciar agora. Daqui a pouco, ela vai crescer, vai para o berçário, enquanto eu estarei trabalhando, tentando não pensar nela o tempo todo.
Por isso, nem posso reclamar da noite em que não dormi.

sábado, 7 de novembro de 2009

Diário da mamãe - Parte 24

Ela veio ao mundo com 3,450 kg e 51,5 cm. Não é enrrugadinha como os outros bebês e talvez por isso esteja deixando todo mundo boquiaberto com tanta beleza. A cada dia que alguém vem conhecer Catarina, fico radiante ao ver o quanto ela desperta admiração.
Aqui em casa ela é paparicada o tempo todo. Minha mãe não se cansa de cuidar da netinha, enquanto minha irmã fica olhando cada detalhe, tentando descobrir o que veio dos genes da família Carlos e o que pode ser herança do pai. Assim como eu, ela pôde observar que há pouco de mim na princesinha. Olhos, nariz, mãos, orelhas, cor da pele... tudo nela lembra seu pai.
A família de lá também está babando. A avó ficou radiante desde o primeiro momento em que soube do nascimento da primeira netinha. O tio ficou hipnotizado, babando pela sobrinha por muitos minutos. Sem falar na Clarice, prima/tia da Catarina que adivinhou tudo: que o trabalho de parto seria rápido, que ela nasceria branquinha com cabelo escuro...
Lindo também observar a reação dos meus amigos. Foram tantas visitas no hospital e outras tantas que virão... A dinda Carol não pára de nos mimar, o dindo Chico liga sempre para ter notícias da Catarina. A Claudia Pedrosa fez questão de trazer picão para ajudar a acabar com a icterícia e está de prontidão para trazer outras ervas, caso precisemos. A Claudia Rezende ficou tão apaixonada pela neném, que escreveu um texto lindo que já reproduzi neste blog.
Vê-la receber tanto amor dos meus amigos me faz lembrar o quanto eu sou amada e sortuda por ser rodeada de tantas pessoas especiais. Espero que Catarina tenha a mesma sorte de encontrar pessoas especiais em sua vida.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Tia coruja

Catarina chegou ao mundo rodeada de corujas. Além da família, ela já é muito amada pelos amigos e amigas da mamãe. É o caso da Claudinha, grande amiga que acompanhou toda a minha gestação de pertinho, desde os enjoos dos primeiros meses até os desconfortos dos últimos. Em seu blog, a tia corujona escreveu um texto lindo, que reproduzo abaixo:

Para Catarina
Era manhã do dia 26 de outubro. Ela chegou depois de 39 semanas bem guardadinha dentro do útero de sua mãe, uma mulher admirável. Essa pequena veio da forma mais tranquila. Não deu muito trabalho. Como disse a mãe, "foi muito rápido". Parto normal, sem dificuldades. Parece que ela estava ansiosa para chegar a esse mundão. O recado para a mamãe, talvez seja: "Vim para te fazer feliz!". E, no rostinho alegre da mãe, é o que se vê: FELICIDADE. Nem parece que está de resguardo. Nada do mau humor da semana anterior, quando a barriga pesada incomodava, o calor sufocava, a falta de lugar tirava a paciência...E que menina linda!!! Não tem essa história de que bebê é tudo igual. Cada bebê é de um jeito. E você é linda. Cabeludinha, bochechuda, linda, linda, linda. Mãozinhas, pézinhos, corpinho. Tudo tão perfeito! Não me canso de dizer para todo mundo o quanto você é linda e "gotosa", como brinco.Para você, todas as melhores coisas do mundo. Que você seja muito feliz, que enfrente esse mundão com toda a coragem e alegria que sua mãe enfrenta. Que você herde dela toda a determinação, inteligência, bom humor, sagacidade, vontade de viver e beleza. Que você curta a vida como sua mãe e que tenha amigos que a amem, como amamos sua mãe. Quando você entender melhor as coisas, vai encher seu coração de orgulho por ter a mãe, a avó e a tia que tem. Você nasceu em uma família maravilhosa. É privilegiada e será sempre muito amada.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A chegada de Catarina

Depois de tentar de tudo para estimular o parto, decidi relaxar e passar o dia em frente à televisão. Domingão, o jeito era ficar zapeando, tentando me distrair com aquela programação terrível da TV. E não é que as primeiras cólicas apareceram no meio da tarde? Até a noite, as dores aumentaram, mas ainda não dava para dizer que eu entraria em trabalho de parto em pouco tempo. Poderiam ser falsas contrações. À meia-noite, decidi tentar dormir. Com Radiohead no ouvido, apenas cochilei. À 1h30, acordei com dores mais fortes e entendi que Catarina viria em algumas horas. Só não sabia quantas horas seriam.
Avisei à minha mãe que estava sentindo contrações, mas ainda fracas, e deitei novamente. Foi quando tive a impressão de que minha bolsa havia rompido. Acordei minha irmã, liguei para a médica e me preparei para ir para o hospital. Na dúvida, era melhor correr para lá. Lá pelas 3h, começou a minha avaliação. Ninguém no Hospital das Clínicas acreditou que eu estava em trabalho de parto real, principalmente porque ainda não demonstrava reações de dor desesperadora. Mas como havia dúvida sobre o rompimento da dor, a médica me aconselhou a esperar por mais uma hora, para observar a evolução da minha dilatação e das minhas contrações.
Por uma hora, senti as contrações aumentarem e acontecerem em intervalos mais curtos. Tudo acontecia de uma maneira muito veloz e o sofrimento me deixava cada vez mais inquieta. Às 4h30, depois de vomitar por duas vezes e gemer muito com as dores, a médica decidiu me internar. O problema é que o convênio só aprovaria a internação às 7h. Enquanto isso, fiquei sentada na sala de exames do pré-parto, implorando por uma cama, onde pudesse sofrer deitada.
OK, a cama veio. Mas não trouxe conforto. As contrações são muito fortes independente da posição. Nada serve como alívio.
Antes mesmo do relógio marcar 6h, implorei para que a médica verificasse a minha dilatação, pois eu tinha certeza de que a coisa estava bem avançada. A cara de susto da médica foi impressionante. Eu já estava com quase 7 cm de dilatação e a troca de plantão estava próxima. Senti que ela ficou apreensiva, torcendo para que o parto não acontecesse antes da chegada dos outros médicos.
Às 7h, minha dilatação era de 9,5 cm. Era hora de ir para o bloco e preparar o parto. Eu não parava de pedir pelo anestesista, com medo de que o parto acontecesse antes de sua chegada. Ele estava atrasado, mas chegou a tempo. Toda tensão e dor intensa foram embora com a anestesia. Depois disso, a dor não era mais um problema, mas sim a ansiedade.
E tudo deu certo no fim das contas. Às 8h42, numa sala de parto lotada de médicos, residentes, estudantes e minha mãe, Catarina nasceu. Indescritível a emoção de ouvir a mãe dizendo que a cabecinha dela estava aparecendo... aos risos, senti o corpinho dela sair de mim. De repente, só ouvi todo mundo me mandando levantar para vê-la. Depois de nove meses de expectativa, lá estava eu vendo a carinha mais bochechuda do mundo! E como chorava!...
"É o joelhinho mais lindo do mundo!", eu disse. Os médicos todos ficaram sem entender por que eu havia dito aquilo. "Uai, todo neném tem cara de joelho, não?" Respondi a todos. Em pouquíssimo tempo, lá estava eu fazendo piadinha com todos médicos e enfermeiros que estavam por perto. Enquanto as médicas costuravam meu perínio, eu teorizava sobre a vergonha que algumas mulheres sentem de mostrar sua vagina na Playboy. "É que nunca tiveram filho", brinquei.
O Hospital das Clínicas estava lotado e passei o dia todo no pré-parto, esperando por um quarto. Nem liguei. Nada estragaria minha felicidade. Como tive o único parto do dia, todo o pessoal do plantão nos paparicou. Os elogios eram muitos. Ou minha filha é realmente linda, ou as pessoas sempre mentem frente a um bebê.
O parto foi bacanérrimo, mas não pudemos ir para casa rapidamente. Como sou O+ e Catarina é A+, houve uma incompatibilidade sanguínea entre nós e a neném teve icterícia. Depois de banhos de luz e paciência para aguentar a limitação de um quarto de hospital, recebemos a alta no sábado, cinco dias depois do nascimento da minha lindinha. Agora estamos aprendendo os segredos da relação entre mãe e bebê. É cansativo, não há como negar. Mas isso não tem a menor importância.

domingo, 25 de outubro de 2009

Adorei ler (3)

Não sei se um autor mexeu tanto comigo quanto José Saramago. Não me canso de ficar impressionada com a genialidade deste senhor ateu, marxista e português. A leitura de seus livros não oferece uma dificuldade tão grande quanto "Grande Sertão" ou "Os Sertões", mas admito que pede uma dedicação intensa.
Saramago é criador de uma forma única de narrativa que muitas vezes pode assustar o leitor. Eu o conheci por meio de "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", uma obra-prima impressionante, que fez o meu queixo cair a cada capítulo lido. Saramago é o maior ateu da atualidade e, mesmo assim, um dos maiores conhecedores da Bíblia que existem sobre a Terra. Neste livro, o autor subverte todos os acontecimentos do Novo Testamento ao humanizar a figura de Jesus Cristo. Impossível não se intrigar com as dúvidas do filho de Deus e das motivações de seu pai. Marcante também a maneira com que ele constrói Maria Madalena, a verdadeira santa do seu livro. Não foi nada fácil terminar "O Evangelho", mas valeu muito a pena ser persistente.
Quando parti para outro livro de Saramago, a leitura foi bem mais tranquila. Já estava acostumada com a estrutura de seu texto e com sua forma de expor o pensamento sobre o mundo. A obra, porém, não era tão genial quanto "O Evangelho", embora fosse também muito intrigante. "As Intermitências da Morte" é um ensaio curiosíssimo sobre o que aconteceria no mundo caso a morte entrasse em greve.
"O Ensaio sobre a Cegueira" foi puro deleite, mesmo sendo um livro que causa repugnância a qualquer leitor. Com a simples ideia de como seria o mundo se todos, de repente, ficassem cegos, Saramago fez um ensaio sobre tudo o que há de mais podre na humanidade. Não foi à toa que Fernando Meirelles teve de cortar cenas fortes de seu filme, pois seria muito complicado ter sucesso nas bilheterias com um teor tão obscuro.

sábado, 24 de outubro de 2009

Adorei ler (2)

"Grande Sertão: Veredas" foi o maior desafio literário da minha vida. Mais do que Paul Ricouer, mais do que Euclides da Cunha. Haviam me alertado: as primeiras 50 páginas são insuportavelmente difíceis. Depois, você se acostuma com o texto e o adora. E não é que isso é verdade?
Realmente chegar à página 100 é uma tarefa nada fácil. O melhor do livro com certeza está em sua primeira parte, quando Riobaldo tece toda uma discussão filosófica sobre a figura do diabo. Maravilhoso e terrível ao mesmo tempo, pois é um texto sabidamente genial, mas muito difícil de ser digerido. Tudo é muito novo para o leitor: a forma, as palavras, o conteúdo.
Mas sendo persistente, tudo se resolve e o leitor mergulha numa aventura intelectual única. Não, "Grande Sertão" não oferece prazer, pelo menos não da mesma forma que um best seller do naipe de "Código da Vinci". Mas é impossível ficar indiferente à narrativa especial e ao belo amor aparentemente homossexual do jagunço. A cada página lida, o leitor sabe que sua vida foi um pouco transformada e isso é tão envolvente quanto o prazer.
Admito que demorei para terminar a obra-prima de João Guimarães Rosa. Levei quatro meses para completá-lo. Mas lembro-me muito bem dos ótimos momentos que tive com este livro em minhas mãos. O carreguei comigo na viagem de férias que fiz em 2007 com meu ex-namorado pela região Sul do país. Na praia, sempre dizia: "Quero ter um momento com o João". E nada como tentar vencer uma leitura complexa deitada nas areias da praia mais linda que já vi, em Bombinhas (SC), parando apenas para apreciar os golfinhos no mar...

Adorei ler (1)

Decidi ler "Dom Casmurro" tardiamente, aos 19 anos. Ainda bem. Enquanto muitas pessoas tiveram contato com o livro por obrigação, no período escolar, eu o fiz por escolha, por entender que não podia ser uma jornalista de qualidade sem conhecer a obra apontada sempre como a mais importante da literatura brasileira.
E o livro de Machado de Assis realmente foi um acontecimento em minha vida. Quando o terminei, quis sair ligando para os amigos, para conversar sobre as minhas impressões - não tão convencionais. Encerrei a leitura com a certeza de que pouco importava a traição de Capitu. O livro pouco revela sobre ela (só temos acesso à subjetividade do narrador). Na verdade, o texto traz informações paupáveis sobre um único personagem: Bentinho. E é sobre ele que descorrem vááários teóricos em dissertações e teses mundo afora.
Primeiramente, tive plena sensação de que Bentinho, além de neurótico (isso é claro para todos), não tinha ciúmes de Capitu, mas sim inveja. O amor e a admiração demonstrada por Escobar em várias passagens são bastante intrigantes e deixaram uma pulga bem grandinha atrás da minha orelha. E o autor é Machado de Assis, ou seja, sempre há algo nas entrelinhas. Sempre.
Quantos homens, na virada do século XIX para o XX, teriam foto do melhor amigo em trajes de banho na sala, junto ao da querida mãe? E as descrições feitas pelo narrador em relação ao amigo, sempre evidenciando seus dotes físicos? Isso não quer dizer necessariamente uma paixão homossexual, mas certamente a admiração que Bentinho sentia por Escobar era algo bastante forte e relevante na história. Talvez fosse uma admiração nutrida pelo desejo de ser aquele homem, diferente de um inseguro Dom Casmurro, marcado pela superproteção materna.
As discussões sobre Bentinho são múltiplas. Tá aí a genialidade da obra. Antes do mundo conhecer a psicanálise e as novas vertentes da psicologia, Machado de Assis explorava uma personalidade extremamente complexa e nos dava pistas sobre como podemos compreendê-la.
Gosto de ser autêntica, mas neste caso não tem jeito. Assim como quase todos os críticos literários do Brasil, acho que "Dom Casmurro" é o número 1 de qualquer lista de melhores livros.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Diário da mamãe - Parte 23

Alguém se lembra da Rachel no final da 8a temporada de "Friends", quando ela soltava cortadas para todos os lados, incomodada porque a Emma não queria nascer de jeito nenhum? Tô muito mais megera do que ela. Já tentei de tudo que estava ao meu alcance para estimular o meu parto, mas nada. Nem uma contraçãozinha. Nem mesmo uma colicazinha. Já andei bastante, já comi macarrão apimentado, tentei tirar leite do seio... só faltou sexo e acupuntura. Pelo menos já tenho dilatação...
Ontem acordei feliz, achando que tudo se resolveria rapidamente. Eu tinha consulta marcada e a médica havia prometido descolar a minha bolsa. Na internet, vi vários depoimentos de mulheres que entraram em trabalho de parto logo depois desse procedimento. Mas para mim, isso não fez a menor diferença. Catarina continua na minha barriga, quietinha, apertando minha bexiga e engordando. De acordo com o ultrassom feito há dois dias, ela já está com cerca de 3,2 kg (contando a margem de erro, ela pode estar com 3,5 kg!) Eu preferiria que ela engordasse FORA da barriga, mas não dentro. Mas pelo jeito, eu não posso controlar a minha própria natureza...
A médica não só falou que o nascimento da Catarina não deve ser por agora como também me pediu mais exames. Deu vontade de mandá-la para a casa do diabo! Eu querendo que ela nasça o mais rápido possível e a médica me pedindo exames que eu sei que darão negativo. Ou alguém acha que eu possa ter pegado Aids nos últimos meses, sendo que não beijo na boca há nove meses?
O meu mau humor está tão grande que decidi deixar o meu telefone celular desligado até as contrações virem. Não quero mais atender telefonemas de pessoas querendo notícias. Vou acabar sendo grossa com alguém querido e isso pode gerar problemas futuros. O jeito é ficar em casa, curtindo um tédio sem fim, à espera das tais contrações.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O poderoso Twitter

Há algumas semanas aderi ao Twitter e estou impressionada com a interação promovida por essa ferramenta. Rapidamente ela se torna uma maneira bastante eficiente de receber informações de amigos, jornalistas, mídia em geral, políticos, artistas, humoristas. É a melhor maneira de saber em pouquíssimo tempo qual é o assunto mais comentado no mundo naquele momento. Ontem, por exemplo, o assunto em questão era o garoto que supostamente estava em um balão no Colorado. Hoje, a situação já é outra...
Para quem ainda não sacou a importância do Twitter ou como eu ainda está aprendendo, vale a pena ver uma excelente reportagem publicada no site do Observatório da Imprensa: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=559ENO001
Agora deixa eu dar uma tuitada ali.

sábado, 10 de outubro de 2009

Diário da mamãe - Parte 22

As fotos que Lili Pelegrini e Élcio Paraíso tiraram de mim também estão agora no meu Flickr: http://www.flickr.com/photos/cinthyaoliveira/sets/72157622434010867/
Engraçado como ficamos orgulhosas de ter uma barriga enorme e nenhuma cintura...

domingo, 4 de outubro de 2009

Diário da mamãe - Parte 21


O esperadíssimo mês de outubro chegou. Falta pouco para o nascimento da Catarina e a ansiedade só aumenta. Ainda não estou com medo do parto nem da amamentação. Pelo contrário, quero que ela venha o quanto antes. O final da gravidez é muito ruim, sinto-me incapaz de fazer tarefas bastante simples, o que causa uma frustração inevitável.

Meus medos estão relacionados a outros assuntos. Estará tudo pronto quando a hora chegar? Ela nascerá totalmente saudável? Conseguirei um bom emprego no ano que vem, em que consiga o suficiente para o sustento de nós duas? Quais serão as reações do pai da Catarina e como lidarei com elas? Conseguirei manter o ar zen que cultivei durante a gravidez?

Como impedir essa ansiedade?


Observação:

Estão na internet algumas das fotos que os queridíssimos Liliane Pelegrini e Élcio Paraíso tiraram de mim na Praça da Liberdade. Quem quiser ver, basta acessar o site http://benditablog.blogspot.com/. A foto acima é uma delas.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

As Olimpíadas e o presidente Lula

Acabo de passar por um momento catártico com a vitória do Rio de Janeiro, na disputa pelas Olimpíadas em 2016. Foi um momento de felicidade por ser uma apaixonada por esportes, por ser patriota e por ser lulista. E é sobre isso que tive vontade de escrever agora.
Não escondo de ninguém o quanto gosto do presidente da República. Faço parte da massa que separa a figura do Lula da escória do PT/PMDB. Entre as várias qualidades que posso elencar do governo que está aí desde 2003, para mim a mais clara é o trabalho fervoroso e bem-sucedido para destacar o Brasil como um líder mundial. Ao lado do brilhante Celso Amorim, Lula se tornou um presidente reconhecido no mundo inteiro, por seu passado de conquistas e por buscar a realização de um governo social-democrata, sem deixar de lado os compromissos com o universo liberal.
Diferente de FHC, que ia pra Europa mostrar sua eloquência no inglês e no francês, Lula foi buscar aliados entre os países árabes, africanos e asiáticos, sempre mostrando-se soberano, ou seja, sempre colocando sua língua em primeiro lugar. O Brasil passou requerer o título de líder da América Latina e dos BRICS, passou a brigar por uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU, passou a emprestar dinheiro, foi ao Haiti, se meteu na história de Honduras. A questão é: se temos a 10a economia do mundo, por que não agimos como uma potência?
Para que o Rio fosse vitorioso hoje, outra contribuição foi a aliança política entre o governo federal e os governos estadual e municipal. Depois que os cariocas e fluminenses finalmente pararam de votar em malucos e reacionários (quem merece Cesar Maia e Garotinho?) e colocaram figuras mais razoáveis no poder, a conversa política ficou bem mais fácil. A articulação entre Sérgio Cabral e Eduardo Paes foi fundamental para a vitória. Tomara que isso permaneça - não quer dizer necessariamente que o PMDB permaneça.
E o mundo se deparou com uma outra característica do Lula que a maioria dos brasileiros tanto ama: o homem sabe discursar como ninguém. Não me canso de ficar emocionada com ele. Claro que ele sempre está metido em gafes, porque fala demais, mas isso não tira do presidente a sua enorme capacidade de causar emoção em compatriotas e estrangeiros. Seu discurso de hoje foi apontado como auge da conferência em Copenhague.
Certamente somos um país muito mais bem preparado para conversar de igual para igual com os países mais ricos do mundo. Temos problemas seríssimos de desigualdade social e corrupção, mas temos uma economia cada vez mais sólida e somos reconhecidos por políticos e investidores de todo o mundo.
Infelizmente, o governo Lula tem investido muito pouco na área que realmente faria diferença na resolução dos nossos problemas: educação. Se a Dilma Roussef ganhar, tomara que o PT aprenda e resolva investir finalmente no que poderá realmente fazer diferença. Já se Serra ganhar, aí não haverá esperança, afinal, quem conhece bem as políticas públicas aplicadas em educação entre os anos de 1995 e 2002 sabem muito bem a péssima herança deixada por Paulo Renato.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Caso Enem: o que poderia ser feito?

Nem consigo imaginar a noite horrível pela qual Fernando Haddad e a turma do Inep passaram. No decorrer da madrugada, tiveram que articular os problemas derradeiros da notícia bombástica de que a prova do Enem tinha vazado. As consequências disso foram complicadíssimas, afinal, isso acontece depois das controversas mudanças e afeta mais de 4 milhões de pessoas de forma direta.
O ministro e sua equipe fizeram o que estava ao alcance: adiar a prova. Agora, deve-se providenciar a impressão da prova reserva e marcar uma nova data. Além de investigar o que aconteceu. Não haveria outra ação a ser feita.
Enquanto isso, os adolescentes fazem protestos, dizendo o quanto é absurdo o adiamento da prova e blábláblá. Não sei o porquê deste discurso, se é inocência ou narcisismo. Afinal, casos de fraudes em concursos de todo o país não são raros (longe disso), imagine só algo com as proporções do Enem.
Qualquer pessoa que tenha um mínimo de conciência sobre o que significa um concurso sabe da enorme complexidade que envolve a questão. E a segurança deles não é infalível. O vestibular que prestei em 2004 foi totalmente diferente do de 1998 na UFMG. As regras da prova que fiz para cursar história foram muito mais rigorosas. Mas em poucos anos, houve transformações: disseminação do celular, lei anti-fumo em espaços públicos etc. Isso acontece porque o tempo todo as pessoas procuram formas de burlar o concurso. No Enem não poderia ser diferente.
Acredito que os jovens têm mais é que aproveitar esse tempo para estudar mais um pouquinho e guardar forças para protestar caso o MEC assuma toda a responsabilidade pelo problema - aí haveria uma questão em relação a recursos públicos. Mas esse é um assunto que pouco interessa aos brasileiros.

domingo, 20 de setembro de 2009

A breguice da infância

Por que o Biafra é sempre associado a uma única música, "Sonho de Ícaro"? Na minha infância, tinha outra música dele eu simplesmente adorava. Segue um trechinho de "Seu Nome". Os que também adoravam música brega talvez se lembrem:

Tudo aquilo que senti
Não dá mais pra se apagar
Fecho os olhos não te esqueço deito e amanheço
Como é bom lembrar
Tudo aquilo que senti
Não dá mais pra se apagar
Fecho os olhos não te esqueço deito e amanheço
Como é bom lembrar
Seu nome, seu nome

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Diário da mamãe - Parte 20

Hoje fiz mais um ultrassom, mais uma vez pude ver a minha filhinha pela televisão. Dessa vez, não deu para ver muito. Ela estava com o rosto virado para o interior do meu corpo e, assim, a máquina só conseguiu detectar imagens nítidas sobre a coluna vertebral, membros e órgão genital - por sinal, não sei como há erros médicos em relação ao sexo da criança; não dá para confundir a imagem de uma vagina com a de testículos.
Catarina tem 1,8 kg e já está virada. Bom sinal. Espero que tudo continue correndo bem para que o parto possa ser do jeito que eu quero, normal. Por sinal, acho muito estranho as pessoas estranharem o meu desejo de ter um parto natural. Afinal, cesária ou normal não é uma questão de escolha individual, mas sim uma questão de saúde pública. Cesária é cirurgia e só deve ser realizada se houver um perigo para mãe ou neném. Nos países ricos, as mulheres nem cogitam fugir do trabalho de parto. Os médicos são sérios, não colocam a praticidade acima da saúde pública.
O parto natural faz parte da natureza de qualquer fêmea de uma espécie mamífera.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

On twitter

Bom, resolvi ver se vou gostar dessa nova ferramenta. Agora estou no Twitter. Quem quiser dar uma olhada: twitter.com/cinthyasamsa. Não sei se as postagens serão interessantes (assim como não sei se são essas presentes neste blog), mas o que importa mesmo é a diversão, não é?

domingo, 6 de setembro de 2009

O grito de Heliópolis


Assisti, há uma hora, uma reportagem do Paulo Henrique Amorim na favela de Heliópolis, em São Paulo. Ok, ele pode ser um chato, é um dos poucos jornalistas de verdade que há na televisão brasileira. Em vez de retratar de forma pejorativa o caso do protesto dos moradores do bairro, repórter foi o único que vi até o momento a estar preocupado em mostrar o lado dos oprimidos. Em uma grande reportagem, de uns 15 minutos, os moradores do bairro disseram estar revoltados com a rotineira ação da polícia, que primeiro atira, depois pergunta. Aquela velha história que, teoricamente, todos conhecemos: trabalhadores são tratados com desdém pelo poder público porque moram em favelas.

Enquanto a classe média gosta de passeatas pela paz, eu tenho aversão ao não-confronto. Não sou marxista, mas sou bastante influenciada eplas teorias e histórias do socialismo que conheço desde a adolescência. Se paz significa o silêncio frente aos absurdos de uma sociedade segregacionista, não a quero. Todas as esferas do poder público causam-nos revolta, mas a polícia gera uma maior insatisfação das pessoas, pois lida com segurança e vida. A ditadura acabou há mais de 25 anos e ainda convivemos com seus resquícios, ao observar a arbitrariedade e conservadorismo com que os militares ainda insistem em cultivar em suas corporações.

Meus caros amigos, da classe média como eu, enquanto o caso do menino João Hélio causou uma comoção nacional, fazendo com que, por semanas, a imprensa só falasse sobre o absurdo deste assassinato, muitas crianças morreram (e morrem) nessas investidas da polícia nos bairros pobres das grandes cidades. Paremos de comemorar o assassinato de supostos criminosos nas invasões policiais e passemos a cobrar dos homens fardados uma maior responsabilidade. Pois os pobres estão cansados de virar estatísticas.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Sermão da higiene íntima

Para os defensores do bidê, o discurso do dr. Jajá: "Esguichinho bom"...
http://www.youtube.com/watch?v=RVMxe_QQ3Fc&feature=player_embedded

Muito bom, vale a pena demais ver.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Diário da mamãe - Parte 19


Domingo, dia 30: Chá de bebê no prédio da Carol. A mobilização pela festa começou semanas antes, com planejamento concentrado na madrinha e na vovó da Catarina. O objetivo era oferecer uma festa cheia de salgados e doces, promover uma comilança aos convidados. E foi o que aconteceu. Minha mãe foi além: ainda providenciou enfeites para a mesa, que mais tarde viraram porta-doces para os convidados.
A festa foi curtinha e me deixou satisfetíssima - além de cansada... O problema é que as pessoas chegaram e foram embora ao mesmo tempo, o que fez com que eu tivesse que ficar em pé bem mais do que minhas pernas permitiam. Como esperava, recebi uns 50/60 convidados, que me renderam uma pilha enorme de fraldas e presentes (todos adoráveis, por sinal).
Fiquei muito feliz em ver muitos representantes da família paterna da Catarina, em rever amigos que não via há muito tempo, como o meu ex-chefe Márcio e o querido Fávio, em curtir os amigos mais próximos, em ver o Thiago e o Luigi brincarem bastante...
Foi um aperitivo do que vem em 2010. No aniversário de 1 ano da Catarina, a festa promete ser ainda mais caprichada. Aguardem.
Ah! A foto refere-se ao bolo de fraldas criado pela Camila, minha amiga cheia de criatividade.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Diário da Mamãe - Parte 18

Terça-feira passada foi dia de pré-natal. Tensão para subir na balança, depois da sempre agradável conversa com a médica. Tchan, tchan, tchan: grande surpresa! Eu estou com o mesmo peso da consulta anterior, realizada há quatro semanas. Fiquei radiante, impressionada com a ótima notícia.
E continuo comendo muito bem. Mas depois do susto da consulta anterior, fiz algumas alterações na alimentação: passei a abusar da gelatina para espantar a fome e a gula, diminuí a carne vermelha e os congelados... Mesmo assim, os efeitos da gravidez ficam cada vez mais fortes - falta de ar, dor nas pernas e nos pés, digestão comprometida...

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Só nós temos Rogério Ceni

Ontem o São Paulo chegou ao segundo lugar da tabela do Campeonato Brasileiro. Mais uma vez, demosntramos uma arrancada espetacular. Sei que a explicação disso está na boa administração do clube, uma das únicas bem feitas neste país.
Mas quero salientar outra razão para o afastamento da rápida crise e para a volta da competitividade: Rogério Ceni. Não acredito que tenha sido coincidência o time ter ficado completamente perdido quando seu capitão sofreu uma lesão no tornozelo e que a recuperação tenha acontecido justamente quando Rogério voltou a treinar com os colegas. Nunca entrei no CT do São Paulo, não sei o que há de especial na liderança promovida pelo goleiro. Mas não tenho dúvidas de que ele é um líder único, capaz de ser uma referência inquestionável em um time que já chegou a grandes conquistas - você conhece algum outro jogador que tenha levantado tantas taças, entre elas, uma de libertadores, uma de mundial e três de brasileiros?
Podem chamá-lo de peruzeiro o quanto quiserem. Sua qualidade para pegar bolas difíceis não é mais a mesma, certamente. E o Rogério nem tem mais aquela pontaria de antes. Mas ele é muito mais do que técnica. Ele é inteligente, é líder, é apaixonado pela camisa que veste, é respeitado por jogadores de todos os clubes. Faz diferença para o time. E terá um futuro brilhante como dirigente no São Paulo.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Sobre o noticiário

Gostaria de tecer comentários sobre alguna assuntos quentes do momento:

- Lina Vieira x ministra Dilma
Por que diabos essa ex-secretária teve de falar publicamente sobre a suposta conversa? A única coisa que ganha com isso é minar o nome da ministra para a candidatura no ano que vem. No caso Sarney mesmo, não influencia nada.

- Usen Bolt: fantástico
PQP! Quem é esse cara? Ele é no mínimo fantástico. Consegue bater dois recordes de maneira extraordinária e transformar isso num verdadeiro show. No início do Mundial, todo mundo dizia que seria difícil Bolt repetir o feito do ano passado, já que não vinha tão bem desde as Olimpíadas. Que nada! O cara tava segurando o jogo para se exibir de maneira mais impressionante. Abaixou o seu tempo que já era incrível e, novamente, o fez como se estivesse brincando. Dá gosto de ver um atleta que se diverte ao desenvolver seu dom. E viva a Jamaica!

- Caso Universal: Globo x Record
A Globo faz mil denúncias sobre a Igreja Universal, nenhuma que já não tenha feito há mais de uma década. E como já vimos naquela época do caso do vídeo do churrasco de Edir Macedo: não há denúncia que abale a Igreja, que faça diminuir o número de fiéis ou a devoção mostrada por eles. Isso porque os fiéis não estão interessados no destino do dinheiro entregue à Igreja. Para elas, o que importa é que Deus viu como elas foram desprendidas e, assim, pode recompensá-las. Muito desse pensamento vem do livro de Jó, joguete de uma aposta entre o Senhor e o Demônio, bem recompensado após provar sua fé. Protestantes e católicos possuem essências muito diferentes, é muito complicado compreender o outro lado. Para quem segue uma religião em que a pobreza é bem vista, como a Católica, ou em que a solidariedade é a maior das virtudes, como o Espiritismo, é difícil entender o que faz alguém entregar grandes quantias à Igreja para se aproximar do Céu.
Agora, não posso deixar de dizer que é feio demais ver uma queda de bráco entre as duas principais emissoras do país em cima de uma questão religiosa.

- Acaba o 1o turno do Campeonato Brasileiro
Adoro esse esquema de pontos corridos. Assim, os clubes mais bem estruturados sempre são beneficiados. Dficilmente sofrerei com o meu time no campeonato. O São Paulo passou por uma crise no primeiro semestre, demitiu o melhor técnico do Brasil e nos deixou uma sensação de que a coisa poderia feder. Mas o time é muito bom e conseguimos voltar ao nosso patamar de excelência. Consequência: novamente terminamos o 1o turno entre os melhores, brigando pelo título. Acho que dessa vez a gente não leva - estou torcendo pelo Inter -, mas podemos ir para Libertadores.
Já o Galo, depois de tantas rodadas em primeiro lugar, terminou o 1o turno em 5o lugar. Mas o Celso Roth sabe bem o que significa lidar com pontos corridos e vai tentar correr atrás do sucesso do Muricy mais uma vez. Mas eu acredito que, de novo, o Muricy vai ganhar a batalha e o Palmeiras vai se dar bem.

- Gripe Suína
Como não criar pânico se a imprensa só fala nisso? Admito, estou preocupada. Mas é porque estou grávida e, realmente, doenças respiratórias são muito perigosas para quem sente falta de ar por qualquer motivo bobo. Mas a gripe normal matou cerca de 4.000 pessoas no ano passado em nosso país, ou seja, o problema não é essa gripe nova, mas qualquer uma. Deveríamos é, a partir de agora, levar as viroses a sério e ficar em casa frente aos sintomas, em vez de ir para trabalho e escolas para passar vírus a outras pessoas.
Eu tô quietinha em casa, fugindo da gripe. Faltam só dois meses para eu deixar de ser uma grávida.

domingo, 16 de agosto de 2009

Maluco Beleza


Acabo de ver uma matéria sobre uma relíquia de Raul que resolveram desenterrar agora. Deu vontade de escrever sobre esse compositor que aprendi a amar durante a adolescência. A grande maioria de meus amigos não gosta de Raul. Afinal, gostar de suas músicas tem hoje um som brega, antiquado, ultrapssado, coisa de povo que "estuda na Fafich e usa chinelinho de dedo". Por isso, costumo dizer que prefiro escutar Raul em casa, sozinha, na minha, pois tenho preguiça de ouvir críticas ao gênio e, ao mesmo tempo, não tenho paciência alguma para aqueles fãs apaixonados por ele - que adoram lembrar de versos de canções desconhecidas na mesa de boteco pra mostrar que é um verdadeiro "Maluco Beleza".

Minha reverência a Raul é independente de seus fãs. É por conta de pérolas como "Ouro de Tolo" (uma crítica deliciosa à classe média), "Gita", "Aluga-se" (crítica à nossa política), "A Maçã" (se você ama alguém tão fascinante, por que querer tê-lo só para si?), e tantas outras, que adoro e vou continuar adorando o Raul. Mas escondida, na minha casa - e dando alguns gritinhos de "toca, Raul" nos shows, só para não perder o costume...

sábado, 15 de agosto de 2009

Tecnologia chega ao Paquistão

Veja como um estudante do Paquistão resolveu um problema com portas automáticas:
http://www.youtube.com/watch?v=w60Sxop5I38&feature=player_embedded

Festival de Gramado - que bosta!

Nem lembro quando foi a última vez que Gramado premiou um bom filme. Talvez tenha sido Durval Discos, há mais de sete anos. Como levar a sério um festival mais preocupado com o tapete vermelho do que com a qualidade de suas películas? Em Cannes e no Oscar, o tapete vermelho também possui uma importância ímpar, mas nem por isso a qualidade é deixada de lado - embora o Oscar muitas vezes dê tropeçadas.
A homenageada deste ano em Gramado foi Xuxa. Ok, ela é dona de vários sucessos cinematográficos dos últimos 20 anos. Mas duvido que as pessoas que a estão premiando consigam assistir a pelo menos 20 minutos de seus filmes. Só quem tem menos de 12 anos ou falta de um mínimo de senso crítico dá conta de assisti-los.
O único prêmio que os cineastas realmente levam a sério no Brasil se chama Candango e é distribuído em Brasília. Lá, sim, um prêmio é garantia de qualidade, é motivo para sair de casa e ir até o cinema prestigiar a qualidade dos filmes produzidos por aqui.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Diário da Mamãe - Parte 17

Acabo de entrar no sétimo mês. Já estou com um corpanzil considerável, sentindo os efeitos do peso adquirido - especialmente na barriga, claro. Ao andar, não sinto o peso da barriga, mas quando estou deitada, sinto um incômodo crescente. É difícil encontrar posição confortável na hora de dormir e acordo muitas vezes à noite, seja porque é complicado mudar de posição, seja por vontade de fazer xixi, que agora é muito constante e avassaladora.
Também está cada vez mais difícil subir as escadas do meu prédio (moro no terceiro andar) e subir morros. Isso me mostra o quanto é ruim a obesidade. Faz uns cinco anos que estou acima do meu peso ideal, mas agora estou sentindo na pele todos os malefícios de ser gordo. Manter o peso não é simplesmente uma questão estética ou de saúde, mas principalmente de conforto.
Em alguns momentos, sinto uma grande falta de ar, principalmente se passar por um momento de susto ou nervosismo. Essa para mim é a maior prova do porquê as gestantes são tão vulneráveis à nova gripe. Se já sinto falta de ar com um mero susto, imagine só se tiver alguma doença que exige uma expansão do pulmão.
Ah, mas ter um barrigão que cresce num ritmo aceleradíssimo não é uma questão apenas de desconforto. Meu contato com minha filhinha fica mais intenso conforme ela cresce dentro de mim. Ela sempre se manifesta, me deixando emocionada constantemente com a relação íntima e única que existe entre nós duas. Agitadíssima, ela se mexe o tempo todo, não importa se o sol está a pino ou se é madrugada. De duas, uma: ou ela não gosta de dormir ou se mexe muito durante o sono, assim como o pai dela.
O desconforto vai aumentar muito ainda. Estou à espera das dores nas pernas e das tradicionais azias. Mas o meu contato com a Catarina também só tende a crescer, intensificando a nossa cumplicidade e intimidade.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Dias de babá

A gripe suína preocupa as autoridades belo-horizontinas e o berçário onde o Pedro fica foi obrigado a fechar as portas esta semana. Como estou quase a toa, esperando pela volta às aulas na UFMG e pensando em aulas particulares e compras para Catarina, me prontifiquei a ficar com o sobrinho amado nestes dias.
Hoje foi o primeiro. O danadinho dá uma grande canseira, principalmente porque evita ao máximo as sonequinhas. Mas para mim é um prazer ficar com ele. Suas risadas compensam qualquer choro - até porque nem me desespero ao ouvir o berreiro. Sei que lidarei com os choros da minha filha daqui a pouquíssimo tempo.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Intolerância do Muricy

É muito estranho ver o Muricy Ramalho como comandante do Palmeiras. Gosto demais deste treinador, assim como adorava Telê Santana quando comecei a me interessar por futebol e torcer pelo São Paulo.
E o adoro, mesmo sabendo que ele é muito odiado pela imprensa. Mas ,para falar a verdade, não sei como alguém inteligente pode ter paciência com a imprensa esportiva. Meus amigos que trabalham nessa área que me desculpem: muitos jornalistas esportivos são preguiçosos (preferem a mesmície do time que cobrem a buscar novidades, especialmente relacionadas à política) e outros tantos são desprovidos de criatividade.
Deve ser um saco ter que dar coletiva duas, três vezes por semana e ouvir sempre as mesmas perguntas. Muitas vezes não há o que dizer. Isso fica muito claro para quem acompanha diariamente o noticiário esportivo, como eu.
Veja o Globo Esporte. O programa traz todos os dias reportagens imensas sobre os dois únicos times de destaque do Estado. Não há muito o que falar, só resta a enrolação. Outros times do país, campeonatos de vôlei e basquete, mundiais de natação ou atletismo são relegados a míseros segundos. Será que isso é feito porque as pessoas só querem futebol, ou as pessoas só querem futebol por que a TV não cobre outros esportes?
Embora o Muricy seja realmente muito grosso com jornalistas e agora esteja à frente do grande rival, continuo sua fã. E como ele, não tolero a superficialidade com que tudo é tratado no meio esportivo.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Governo: gastar ou investir?

Sinto-me incomodada ao ver sempre o mesmo ponto de vista nas reportagens de economia espalhadas no jornalismo brasileiro. Há uma crítica muito intensa aos gastos do governo que cresceram bastante nos tempos de crise - para muitos, este seria um momento para apertar o cinto.
Eu, na contramão do senso-comum, fico feliz em ver que o governo está colocando dinheiro no mercado com projetos sociais, empregos e redução de impostos. Em tempos de crise, a obrigação do Estado é incentivar o consumo e não guardar recursos, como a maioria imagina.
Depois da crise de 1929, os Estados Unidos só se recuperaram depois das transformações apresentadas pelo presidente Roosevelt. Para ele, a primeira ação contra a Grande Depressão deveria ser a geração de empregos. Obras públicas, incentivo à pesquisa e à atividade intelectual, aumento do crédito foram algumas ações deste homem que entrou para a história como o maior estadista que já ocupou o posto de presidente dos Estados Unidos. O governo Lula tem feito o mesmo e, por isso, sentimos tão pouco a crise. Os carros continuam sendo muito vendidos, as pessoas continuam investindo em eletrodomésticos, o mercado imobiliário continua forte, a construção civil está a mil. A siderurgia e a mineração estão afetadas, claro. Mas evitar os efeitos da crise mundial para esses setores seria uma tarefa difícil até mesmo para os melhores economistas do mundo.
Ah. Aproveito para falar sobre o quanto fiquei feliz em ver hoje o pronunciamento do ministro das Minas e Energia dizendo que o programa Luz para Todos haveria chegado para 10 milhões de pessoas. Quem já conversou com algum beneficiado por esse programa sabe o quanto isso trouxe mudança para a vida das pessoas. Pessoas que esperaram a vida inteira pela energia elétrica agora podem ter geladeira e televisão. Eu vi isso chegar até umas casinhas simplérrimas em meio aos Lençóis Maranhenses (num local que fica a uma hora de lancha da cidade mais próxima) há mais de três anos e fico feliz em ver que esse programa continua crescendo. E para quem acredita que o Luz para Todos é demagogia, aconselho ficar 24h sem energia elétrica. Já se imaginou vivendo sem geladeira?

Diário da mamãe - Parte 16

Hoje fui novamente à tradicional consulta pré-natal. Tudo ótimo com minha saúde, tudo ótimo com a neném. Mas finalmente chegou o momento de receber a esperada notícia ruim dada às grávidas: engordei mais do que devia, um quilo por semana desde a última consulta. "Tem que cuidar melhor da alimentação", disse a médica. Traduzindo: é melhor fechar um pouco essa boca!
O problema maior é controlar a vontade louca de comer doces. Vou tentar dar uma maneirada e cortar um pouco o chocolate diário. Se não, vai ser impossível conseguir subir os três andares de escada do meu prédio daqui a dois meses.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A gripe suína está matando. O que não se divulga, é que essas mortes equivalem a 0,5% dos casos, como a outra gripe. Os óbitos têm afetado especialmente pessoas com idade entre 20 e 50 anos de idade, justamente quem imaginamos ser mais resistentes. Por que? Essa é uma questão importante e pouco discutida na imprensa.
Não sou médica, não entendo de saúde pública, mas tenho a minha teoria. Acredito que essas pessoas que morreram de gripe (pelo menos a maioria) eram muito resistentes aos remédios dados para a gripe. São pessoas que tomaram muitos antibióticos no decorrer da vida (muitas vezes sem recomendação médica). Além disso, devem ser como boa parte da população: não se alimentam bem e sofrem com a deficiência de vitaminas e minerais. Ninguém leva isso a sério, mas a falta de nutrientes pode ser um problema grave ao se deparar com uma doença.
Acho que sou um bom exemplo de quem nunca sofreu com qualquer doença por ter uma alimentação razoável, desde o nascimento. Fui amamentada no peito por sete meses, sempre comi todos os tipos de verduras e legumes, sempre comi proteínas com variedade e sem excesso. Meu problema sempre foi (e ainda é) o carboidrato, fazendo com que o meu peso não seja o desejado há alguns anos. Isso me trouxe alguns quilinhos, mas não atrapalhou na saúde.
Agora, com a gravidez, tenho me preocupado ainda mais com a ingestão de vitaminas. Tenho comido três frutas por dia, granola, salada, laticínios etc. O problema é que também tenho comido muito chocolate, biscoitos etc. Mas como evitar isso agora?
Ah. E nunca gostei de tomar remédios. Como nunca senti dor de cabeça, analgésicos só me salvaram em duas situações: febre (a primeira senti aos 14 anos) e cólicas mesntruais. As vezes em que tomei antibiótico ou antiinflamatório foram por recomendação médica. Espero continuar assim.

sábado, 25 de julho de 2009

Pedrinho aos 3 meses

Criança é tudo de bom.

Cartola e Caetano


Para você, quem é o maior compositor da história da MPB? A maioria das pessoas que conheço logo respondem Chico Buarque. Este é genial, sem sombra de dúvidas, mas tenho outras preferências.

Na verdade, para mim, pelo menos dois artistas estão acima do Chico: Cartola e Caetano Veloso.

O primeiro, porque era semianalfabeto, sem qualquer educação refinada, mas capaz de criar sambas extremamente requintados e, ao mesmo tempo, acessíveis aos populares. "O Mundo É um Moinho" e "As Rosas Não Falam" são composições que surpreendem por seu apuro linguístico e musicalidade.

Já Caetano, embora seja muitas vezes um mala-sem-alça que dá pitacos onde não é chamado, nos brindou inúmeras vezes com canções belíssimas e impressionantes. "Sampa" é a minha preferida. Como pode uma música ser tão bela ao descrever as características de uma megalópole? "Tropicália", "Alegria Alegria", "Qualquer coisa"... são vários os exemplos de composições impactantes. Prefiro Caetano a Chico por duas razões: suas músicas são mais complexas e líricas (o Chico é bem direto sempre) e a Tropicália, movimento musical que quebrou os parâmetros da esquerda burra. Além disso, Caetano não vive do passado, está sempre em busca de novidades e é bastante antenado. Já citou de Racionais a funkeiros em seus discos e shows. Relembrou a música brega do ótimo Peninha com "Sozinho" (ao ponto de me deixar p. da vida com o tanto que a música bombou). Embora seja superintelectual, ele sabe como transitar em todas as áreas.

Mas há tantos outros que adoro: Gilberto Gil (meu grande ídolo, símbolo de inteligência, cordialidade e amabilidade); Milton Nascimento ("Travessia" é a música perfeita para momentos de depressão); Chico Science; Arnaldo Antunes (longe da Marisa Monte); Zé Ramalho; Raul Seixas; Cazuza; Zeca Baleiro; Roberto e Erasmo; Zélia Duncan; Rita Lee; Lenine e Renato Russo. Será que esqueci de alguém?

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Contrariando Sarney

Quando conheci São Luis, descobri que nem todo maranhense gosta da família Sarney. Contaram-me que a capital é chamada de Ilha Rebelde, porque seus moradores não aceitam o coronelismo do interior. Tanto que ouvi várias histórias sobre as "maldades" do Sarney - inclusive, de que o valiosíssimo lustre de cristal do teatro municipal havia sido roubado e se encontrava no palacete do nosso ex-presidente. Lá, também li um jornal anti-Sarney, bastante consistente.
Naquele ano, Roseana Sarney perdeu a eleição - para minha feliz surpresa. Mas ela logo deu um jeito de reverter a situação e tirar o Jacques Wagner do poder. Parecia que ninguém nunca poderia confrontar a família mais poderosa do nordeste brasileiro.
Mas não é que agora está saindo nos jornais o que todo mundo já sabia? Finalmente, alguns políticos e a imprensa resolveram desafiar o poder do coronel maranhense. O que aconteceu para que isso finalmente viesse à tona, não sabemos. Mas admito que acho estranha essa exposição deste homem tão poderoso, que muda seus apoios conforme o momento. O importante é estar no poder, seja ao lado dos militares, dos tucanos ou do PT.
O Maluf não foi preso, nem qulaquer outro grande calhorda da política brasileira. Por isso, sei que Sarney e seus parentes sairão totalmente ilesos da situação. Mas certamente não estão dormindo tão tranquilamente. Só de conseguirmos cutucá-los, já podemos comemorar.

domingo, 19 de julho de 2009

Faz-me rir!

Adoro gargalhar. E isso aconteceu esta semana ao ouvir essa gravação superultramega-hilária. Já sou fãzaça da Anabela:

http://www.youtube.com/watch?v=hIrRNFa8OiA

domingo, 12 de julho de 2009

Diário da Mamãe - Parte 15

Amanhã chego à 24a semana, sexto mês de gravidez. E agora finalmente estamos colocando em prática toda a preparação para receber a minha princesinha. Hoje trocamos os quartos aqui em casa e esta semana o novo guarda-roupa será montado. Fui a feira hippie com uma excelente consultora - a mamãe Thais, que pesquisou muito há pouco tempo - e já comprei as primeiras coisas da Catarina: babetes, toalhas, lençol, fraldas, bolsas...
Mas escolher esse todo esse aparato para receber a neném não é nada fácil. Como nós duas vamos dividir o quarto e eu quis fugir um pouco dos tradicionalíssimos rosa e lilás, decidi fazer todo o enxoval amarelinho. Mas quem diz que consigo encontrar peças em amarelo? É tudo rosa/lilás ou azul/verde. Ai de quem não quer saber do sexo com antecedência. Há pouquíssimas opções unissex no mercado dos bebês. Uma pena, pois adoro amarelo, laranja, caramelo. vermelho e outras cores que são renegadas nos quartos dos nenéns.

sábado, 11 de julho de 2009

Ai, que saudades!

Estou de frente para a televisão, vendo a Angélica passear com Reynaldo Gianechinni por Buenos Aires. Ai, Deus! Que tortura! Estou me corroendo de saudades ao ver isso! Buenos Aires é tudo de bom!
Ai que saudades da viagem mais inesperada e inesquecível que fiz em minha vida!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Que amor é esse?


Este aí é a pessoa que mais tem roubado minha atenção nos últimos três meses. Até mais do que a pequenininha que cresce no meu ventre. Sabia que ia amar o meu sobrinho intensamente, mas não sabia que sentiria por ele um amor arrebatador. Todo momento do meu dia em que posso, corro até onde o Pedrinho está. Cada risada sua é uma explosão que pulsa em mim. Cada risada sua já me traz a visão de quanto minha vida se transformará - para melhor - com a vinda da Catarina.
Esses bebês já trouxeram transformações para nossa família. Eu mudei; Thais mudou; minha mãe mudou. Estamos todas mais felizes, mais otimistas, mais bem humoradas. Os problemas continuam surgindo e são muito impactantes. Minha irmã que o diga. Mas ter o Pedrinho por perto sereniza qualquer coração. Para que sofrermos com os problemas? O importante agora é curtir cada momento vivido com esses bebês, até mesmo com a Catarina, que ainda está na barriga, mas já sabe se manifestar para o mundo exterior.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Diário da mamãe - Parte 14

Ontem fiz meu terceiro ultrassom. Dessa vez, a intenção era observar a morfologia do corpinho do neném e, claro, confirmar o sexo. E não é que eu realmente vou ter uma menina? Agora posso chamá-la de Catarina sem qualquer receio!!
O médico só me passou informações boas: minha neném já tem quase meio quilo e 28 cm!!!! Caramba, já é enorme!!! Contamos todos os dedinhos de mãozinhas e pezinhos, vi o coração perfeito pulsando com toda a força (140 bpm), vi que ela tem dois rins, vi que ela tem os ossos grandes... Ou seja, vi que, até o momento, é uma menina forte, cheia de vida e saúde. Só espero que ela não fique grande demais porque quero um parto normal.
Neste fim de semana, já começaremos a planejar a casa para recebê-la. Compramos um guarda-roupa grande que será utilizado pela Thais e trocaremos de quarto para que haja espaço para mim e para a Catarina no mesmo quarto. No domigo, devo ir à feira hippie fazer as primeiras compras (ainda tenho pique e pernas para andar naquele lugar) e preparar o cantinho da gatinha. Já as vovós, já poderão fazer seus crochês, tricôs e bordados para a princesinha. Já estou até vendo o tanto de mimos que ela receberá!

domingo, 28 de junho de 2009

Diário da Mamãe - Parte 13

Estudar se tornou uma experiência diferenciada para mim. É porque o momento da leitura é justamente quando a neném resolve se remexer mais em minha barriga. Não sei se é sinal de que ela gosta ou não das substâncias químicas que devem rolar em minhas veias durante o trabalho cerebral. Só sei que agora é mais difícil me concentrar nos complexos textos de Historiografia...

Porque vale a pena ver televisão


Sou uma apaixonada por televisão e sei apontar momentos maravilhosos dentro da programação variadíssima da telinha.
O maior talento de todos se chama Regina Casé. Com seu marido, Estevão Ciavatta, e a produtora Pindorama Filmes, a atriz tem nos brindado com muitas séries bacanérrimas no "Fantástico". O atual "Vem com Tudo!" é genial. No quadro, ela conversa com populares sobre moda - mas não a da roupa, mas a dos assuntos mais variados possíveis. Tudo sempre associado ao seu talento incrível como humorista. Esses dias para trás, ela fez brincadeira com o doce cajuzinho - tão esquecido nas festas dos brasileiros - que arrancou muitas risadas aqui em casa. O melhor: além de rejeitado, o cajuzinho estava numa crise de identidade porque é um doce feito de amendoim e não de castanha de caju.
Tudo começou com o inesquecível Brasil Legal. O programa feito ao lado de Luiz Fernando Guimarães (seu companheiro dos tempos de Asdrúbal e TV Pirata) durou pouco, mas mudou paradigmas na TV brasileira. Foi o primeiro a fazer comédia verdadeira e deliciosa contando com a participação de pessoas comuns.
Depois vieram vários projetos na Rede Globo, alguns mais legais, outros menos. Mas sempre marcantes, especialmente porque revelam pessoas comuns do Brasil. Com seu Mercadão de Sucesso e sua Central da Periferia, Regina nos brindou com as "pérolas" que são cultuadas na periferia e totalmente ignoradas pelas gravadoras. Demais.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Michael Jackson - fenômeno



Não daria para não falar do Michael Jackson neste blog. Afinal, eu sou uma pessoa que não passou icólume ao sucesso deste homem complexo.

Minha amiga Cláudia não gosta de títulos de rei dado a algumas personalidades de destaque. Para ela, venho justificar o título de Rei do Pop dado a Michael há duas décadas.

Nos últimos 15 anos, o artista vinha sido colocado como o máximo do ridículo: frágil, andrógeno, hipocondríaco, pedófilo, imaturo, maluco, falido etc etc etc. Seu talento não era notícia há muito tempo, mas apenas problemas nos tribunais, a bizarra paternidade, as plásticas, o embranquecimento...

Mas agora é a hora de lembrarmos do Michael dos anos 70 e 80. Trata-se de um homem negro que conseguiu o megaultrahipersucesso com a sua soul music - lembremos do que significa ser um negro de sucesso nos EUA nos anos 70 e 80. Talvez "Thriller" seja o maior disco da história da indústria cultural: bateu o recorde inquebrável de 109 milhões de cópias vendidas; 7 sucessos no topo da Billboard; realização do maior dos maiores videoclipes, o primeiro a misturar a linguagem musical com a cinematográfica.

E como bem lembrou ontem Álvaro Pereira Jr, no Jornal da Globo: talvez Michael Jackson é a única personalidade pop comparável a Elvis Presley, pois é o único que conseguiu ser mais completo do que o roqueiro de Memphis: os dois arrastaram multidões, quebraram paradigmas, impressionaram por danças inovadoras, tinham vozes maravilhosas, mas só Michael era também compositor.

Eu adoro o Michael dos anos 80, tanto musicalmente quanto visualmente. Nunca me enjoo de ver seus videoclipes. Foram fantásticos, sempre. E como são clássicos, serão exibidos para muitas e muitas gerações.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

A tal caixinha de surpresas

EUA 2 x 0 Espanha

São resultados assim que fazem do futebol algo tão emocionante. O EUA, time que mostrou ser medíocre frente ao Brasil, foi para a semifinal da Copa das Confederações de maneira surpreendente: perdeu para a Itália, perdeu para o Brasil e venceu o bom time do Egito (que, por sua vez, quase empatou com o Brasil e ganhou da Itália). Isso já era uma grande vitória para um país onde o futebol é esporte de meninas. Mas aí eles se deparam com o melhor time do mundo e vencem por dois gols! E a Espanha não jogou mal, de acordo com os "entendedores" da televisão.
Mas é bom lembrar uma coisa que eu já havia dito há uns dias a um adolescente: não importa se a Espanha é fenomenal, existe uma "bruxa" que impede o país de vencer uma grande competição. Quem gosta de futebol sabe muito bem que o time chegou como um dos favoritos nos últimos mundiais, mas sempre acaba se dando mal - com direito a sacanagem de juiz. Qual é a explicação para isso? Já me contaram que há uma cultura entre os espanhóis de pessimismo, de acreditar que eles não são capazes de se destacar em nada. Isso seria tão forte na mente de espanhóis que influenciaria esportistas nas finais.
Se é verdade, não sei. Só sei que essa bruxa continua azucrinando a Espanha.

domingo, 21 de junho de 2009

Revirando o passado (parte II)

Entre as minhas lembranças adolescentes, há algo que guardo com muito carinho: uma pasta com os poemas que escrevi entre os 14 e 17 anos. Nesta época, passava bastante tempo lendo Casemiro de Abreu, Carlos Drummond e Vinícius de Moraes em meu quarto e me sentia o tempo todo inspirada a falar das paixões que passavam por mim - umas mais arrebatadouras, outras menos. São poemas ingênuos, sem apuro técnico ou criatividade. Mas vindos de uma adolescente que cresceu em um lar onde se ouvia tanto Roberto Carlos, não eram tããão ruins assim.
Vou compartilhar alguns aqui - quando os escrevi, pouquíssimas pessoas os leram. Morria de vergonha!
Ah! E um aviso para minha mãe: as poesias representavam meus sentimentos, minha imaginação e não minhas ações. Se falam de sexualidade e álcool é porque isso fazia parte do meu imaginário, dos meus desejos, e não das minhas ações naquela época.


Não sei pedir ajuda

(Escrita em 30.04.98)

Morrer esta noite depois de um copo.
Ou de muitos, quem me garante.
Sentir a tontura ao invés da angústia
Ver-se sumir, enquanto o inconsequente se implante.

Que sentido?
Perdi-me no meio de tudo.
Em mim não existe nada
Corpo dotado em bruto.

Se a felicidade vem a mente
Foi a instante da bebida
Mas, em pouco,
O que adormecia volta adormecida.

Do vinho doce vem o sangue
Seguido do gosto de pus,
Assim como meus passos dados
Assim como todos a quem conduzo.

Passam-se horas e vozes:
Eu quero e é eterno.
Não destingo o que é real
Em meio à porcaria que tanto zelo.

Há quem me tire daqui?
Não ouve, não vê.
Afundei-me em meu grito
Ninguém ouve nem vê.

Gritos com gostos e cores,
Por que não me ouvem?


Ao invés, a poesia

(Sem data definida, mas certamente em 1998; esse título é horrível!)

Tanto a se fazer,
Mas quem a de fazer se for como eu?
Ah, se esse século diminuísse dois
Se Ouro Preto voltasse a ser Vila Rica
E que houvesse coroa em meus pessos.
A poesia até perderia graça,
Ela estaia em tudo que eu visse.

Mas há como ser nobre,
Se não sabes o além do que fazes?
Vejo máquinas e dizem que aprendo.
Tanto a se aprender.
Mas como se não cresço?
O que é eletrônica,
Se esquecemos de prazeres como a poesia?

Não iria me importar
Se a poesia perdesse a graça
Só gostaria de tê-la como rotina.

Revirando o passado (parte I)

Hoje foi dia de fazer o que venho postergando a tempos. Me enfiei na poeira do quartinho de bagunças para reunir a tralha a ser jogada fora. A intenção era separar o que ainda poderia ser usado pela futura professora de história e desfazer do restante. Mas quando você se depara com suas lembranças, o trabalho se torna bastante difícil. Estavam ali os papéis de carta da infância (que não consegui jogar fora), apostilas de vestibular, fitas de vídeo, material de escola, as agendas da adolescência, os cadernos com poemas e cartas não entregues, as lembranças do meu primeiro (e longo) namoro e um moooooooooooooooonte de cacarecos. Algumas bobagens que estão ali tenho vontade de queimar, em vez de jogar fora, com medo que alguém leia as minhas tralhas e descubra os meus (ridículos) segredos adolescentes.
No fim das contas, consegui. Juntei umas dez caixas com as mais diferentes tralhas que devo levar até alguma central de reciclagem.
Aproveitei para organizar todo o material da faculdade (o volume de textos da faculdade de história deve ser umas 10 vezes maior do que guardei da faculdade de jornalismo) e vou usar o tempo livre do meu desemprego para preparar o meu futuro como professora - reler o que é importante, separar textos que podem ser usados em sala de aula, rever Sociologia e Filosofia, pensando na possibilidade de ministrar essas matérias, etc.

sábado, 20 de junho de 2009

Diário da mamãe - Parte 12

Não qero engordar muito, mas admito que o desejo por comer doces está me acometendo como nunca. Ontem fui a uma festa junina à espera de pé-de-moleque. Comi dois pedaços bem servidos. Hoje estou ansiosa para ir no aniversário de um ano da Gabrielle para me entupir de brigadeiro e outros docinhos festivos.
Para as mulheres é fácil explicar: estar grávida é como estar de TPM constantemente. Além de estar mais sensível, o desejo por doces e chocolates é muito maior. Mesmo assim, espero me controlar!

Esse mundo do futebol...

Tô chateadíssima com o meu time. E não porque perdemos ara o Cruzeiro na Libertadores ou para o Corinthians no Campeonato Paulista. Mas como o São Paulo foi capaz de mandar embora o melhor técnico do Brasil, que nos deu tantos títulos importantes?
Tá certo, eu não sei o que se passa nos bastidores do clube, não sei a quanto tempo a relação entre Muricy e diretoria estava complicada. Mas é muito difícil ter de se despedir de um cara que eu aprendi a admirar ainda mais do que o Telê Santana.
Fazer o quê, esse é o mundo do futebol... Lá vai o Muricy para outro canto, dar títulos para algum outro clube...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Enquanto isso, na África do Sul...

Pensamentos que tive ao assistir ao jogo Brasil x EUA, pela Copa das Confederações:

- Não quero ir mais à Copa do Mundo no ano que vem. Imaginem só você ter de aguentar mais de duas horas ininterruptas de cornetas? PQP!

- Demorou, mas o Dunga percebeu que o Ramires merece estar no time titular. O neguinho joga bem demais e o Cruzeiro sentirá muito sua falta.

- Chegaremos com moral para a Copa do ano que vem, com o ótimo time, cheio de craques. Mas continuo achando que não poderemos chegar longe com um técnico como o Dunga.

- Adeus ascensão dos EUA em relação ao futebol. O time deles é bem ruinzinho.

- Adorei ver tanta gente negra reunida em um jogo internacional. Se não fosse a corneta...

- Cristiano Ronaldo, Messi é o caralho. O maior jogador do mundo é o ex-são paulino Kaká.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Ingreis

Olha, eu posso até não ter um inglês afinadinho, mas CERTAMENTE é melhor do que o do Joel Santana, hoje treinador da África do Sul.

http://www.youtube.com/watch?v=TAeYfTsDzMo&eurl=http%3A%2F%2Fkibeloco%2Ecom%2Ebr%2Fkibeloco%2F&feature=player_embedded

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Coltec: único

Sábado foi dia de Filho Pródigo. Só um coltecano entende o significado desse evento. Só quem passou por aquela escola sem muros, portões, supervisores, recreio, uniforme e pressão por conta do vestibular sabe porque queremos sempre voltar.
Estudar no Coltec é diferente de estudar em qualquer outra escola porque trata-se de um local que se assemelha muito mais com o Ensino Superior do que com qualquer instituição de Ensino Médio. Coitados dos que vão estudar no Bernoulli ou no Santo Antônio para se aproximarem da vaga na UFMG. Mal sabem eles quanto os coltecanos estão mais próximos - em relação a tudo!
Entre meus amigos mais próximos, praticamente todos estudaram na UFMG ou na PUC. Alguns já estão até no doutorado! Uma prova de que não é preciso encher os adolescentes de privações para que eles tenham um futuro promissor.

Diário da Mamãe - Parte 11

Acabo de entrar no quinto mês de gravidez. Embora todo mundo esteja dizendo que estou muito bem, estou me sentindo enorme - já começa a incomodar o estufamento da barriga, a pele esticando e tal. Por isso, não me ofereçam guloseimas, caros amigos! A minha vontade é de passar o dia inteiro comendo coisas gostosas, mas preciso me controlar!!!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

A inclusão digital

Reflexo da educação brasileira

A Igreja não deixa

Ontem estava conversando com uma adolescente do meu estágio sobre leitura e falei "leia esses best sellers do momento. Eles ajudam a criar o hábito..." Ela respondeu que leu "Crepúsculo", mas não "O Código da Vinci", porque a Igreja Católica não permitia e, por isso, sua mãe não deixava.
O meu queixo caiu, meu sangue ferveu de revolta. Com 15 anos de idade, tudo o que eu queria era experimentar o proibido, questionar o poder da Igreja, repensar alguns valores institucionais - inclusive da família. Se a Igreja proíbe, fico ainda mais curiosa.
Falei para ela que o livro é uma ficção e a Igreja tem uma história de problemas que perduram até a atualidade. Por que é tão difícil para algum cristã ouvir falar de uma história em que Jesus se casou e teve filhos?
Agora ficou em mim uma questão: quando minha filha (ou filho) chegar aos 15 anos, vou preferir que ela tenha uma personalidade contestadora e inquieta, ou aceite tudo o que for pregado por mim, facilitando assim a minha vida? Acho que prefiro a primeira opção. Pessoas questionadoras podem se tornar líderes, cientistas, intelectuais. Tá certo que eu não consegui crescimento com esse meu ar contestador, mas ainda há tempo.

domingo, 7 de junho de 2009

Iêiêiêiê... iêiêiêiê... (parte 2)

No Hoje em Dia, percebi que são pouquíssimos os jornalistas familiarizados com o entretenimento oferecido pela internet. OK, há uns três ou quatro anos eu também nem ligava tanto para a diversão virtual. Mas depois que você passa a ter ótimos momentos de gargalhadas, o Youtube ganha quase a mesma importância do que televisão e outros veículos de massa.
Para a minha mãe e outros que ainda estão dando seus primeiros passos no delicioso ciberuniverso, algumas dicas de clássicos imperdíveis. Afinal, em qualquer situação ou assunto, os clássicos não podem ser ignorados.

Jeremias ("foi o cão que botou pra nóis bebê"): http://www.youtube.com/watch?v=87xcp4FeQSI

Funk do Jeremias ("seu eu pudesse eu matava mil, mil, mil"): http://www.youtube.com/watch?v=eV5Wx-XG7JU

Ruth Lemos (Sanduíche-ichi): http://www.youtube.com/watch?v=mEoRhm8DkF4

Sônia (Lábio, lábio, lábio): http://www.youtube.com/watch?v=ch1W_1i6ebs&feature=fvsr

Truco Valendo o Toba (não sabia jogar e se f**): http://www.youtube.com/watch?v=yVKk5AmbI0E

Beber, cair e levantar (bêbado tem anjo forte): http://www.youtube.com/watch?v=mJeNKo7ziCU&feature=related

A menina do bambu ("boca suja!"): http://www.youtube.com/watch?v=2AUWGeNHaog

Solange, a gaga de Ilhéus (cócócócó): http://www.youtube.com/watch?v=xJIH7SaFBwI&feature=fvsr

Tapa na pantera (nem gosto tanto, mas é clássico): http://www.youtube.com/watch?v=6rMloiFmSbw

Árveres somos nozes (veja o nervosismo do professor): http://www.youtube.com/watch?v=JqIeVYIUKxk&feature=related

Não dói nada (pérola belo-horizontina): http://www.youtube.com/watch?v=oyVen8blQxQ&feature=related

Comeu e não pagou ("5 real de caridade"): http://www.youtube.com/watch?v=T1pfoniMlHs

E aí, povo antenado? Esqueci de algum clássico?

Iêiêiêiê... iêiêiêiê...


Adoro o vídeo do Jeremias. Dos clássicos do Youtube, talvez seja o meu preferido. Mas eu não sabia que "iêiêiêiê, sem você não viverei" se tratava de uma música real. Pra mim, o bêbado-celebridade estava inventando um verso.
Minha amiga Marcinha, que compartilha comigo tanto o gosto por bobagens do ciberespaço quanto a cultura brega, me contou esta semana algo que adorei: Jeremias canta "Te Amo, Que Mais Posso Dizer", de Ovelha. E não é que esta música está no bigarquivo de bregas que baixei da internet? Um musicão! Isso aí, Jeremias! Você gosta da legítima coisa brega!
Em sua homenagem, segue a letra da única canção de Ovelha que as pessoas normais conhecem:
Uou Uou Iei Iei
Sem você não viverei
Volte logo não suporto Uoo
Essa distância de vocêUou Uou Iei Iei
Sem você não viverei
Todo o amor deste mundo Uoo
Pra você eu entreguei
Por isso peço que escreva Aaaaa
Uma carta por favor
Meu coração esta pedindo
Volte logo meu amorUou Uou Iei Iei
Sem você naum viverei
Todo o amor deste mundo Uoo

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Mexeu!

Passei a semana toda sentindo saensações estranhas na minha barriga, mas hoje tive certeza: estou sentindo minha neném se mexer! Não há dúvidas porque já dá para sentir, de maneira sutil, é claro, com a mão. Por dentro, é como se ela tivesse fazendo uma festa dentro de mim.
Emocionante!!!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A arte de estacionar

E eu achando que era uma péssima motorista... Tem gente bem pior...

http://www.youtube.com/watch?v=NIXYtYHA958&eurl=http%3A%2F%2Fkibeloco%2Ecom%2Ebr%2Fkibeloco%2F&feature=player_embedded

Tô chorando compulsivamente! Muito engraçado!

Agradecimento

Estou no meio da minha gestação e já gostaria de fazer alguns agradecimentos:

- A minha mãe, que não me repreendeu e me apoiou desde o primeiro momento. É ela quem estará presente nos momentos mais cruciais da minha maternidade.

- A Thais, a primeira pessoa a saber da minha gravidez. Pessoa que tem me ensinado o que é maternidade, o que é dedicação 100% ao filho amado.

- A minha futura comadre Carol, que desde o início me mostrou o caminho certo. Ela me mostrou que não havia motivos para não viver essa experiência única.

- Ao meu futuro cumpadre Chico, que sempre pergunta por minha saúde e dá sinais de que será um tio bem babão.

- A Clarice, amiga com quem compartilhei intensamente momentos de angústia e de felicidade. Ela certamente será uma tia bastante presente na vida dessa criança.

- A Claudinha, por ser uma amiga fidelíssima e companheira, e por ter trazido à minha vida a Marcinha, que sempre faz questão de me lembrar a beleza presente na gravidez.

- A Erika, por ter se solidarizado comigo sem me conhecer e por ter me dado uma ótima oportunidade de trabalho.

- E finalmente ao Pedro, por me mostrar o quanto é bom ter um bebê por perto.

domingo, 31 de maio de 2009

Para quem não tem o que fazer

Estou no meio de um tedioso plantão no Hoje em Dia. Não posso ir para casa, porque pode acontecer algo, aí fico à toa por aí. Mas há poucos minutos, fui apresentada por uma colega a um site divertidíssimo: Akinator, o Gênio da Internet.
Para quem não conhece, recomendo. Viciante! Você pensa em uma personalidade e vai respondendo às perguntas que ele te faz sobre essa pessoa. E o site quase sempre acerta! Ele só errou quando parti para personalidades menos conhecidas. "Coisa do demo..." foi a conclusão a qual chegamos aqui na redação... Incrível ver até onde vai a criatividade apresentada por pequenos gênios na internet!
Mas cuidado com a supervisão do chefe. Vai que você e todos seus colegas viciam no negócio e deixam de trabalhar?

Agora vai...

Nada como jogar contra um grande adversário com o Cruzeiro para acordar o time. Agora o São Paulo volta ao normal no Brasileirão. Espero que eles não se empolguem com o resultado e façam feio na Libertadores...

Nostalgia da infância brega


Estou me deliciando neste momento com o download gigante que fiz de músicas bregas e rocks dos anos 80. A maternidade me trouxe uma nostalgia muito grande da infância, do quanto eu gostava de Xuxa, Paquitas, Dominó e Polegar, do quanto eu adorava as músicas bregas que desfilavam nos programas do Silvio Santsos - a minha admiração pela música brega não é segredo para ninguém. Mil vezes o Wando do que um Jota Quest.
Rosana, Yahoo, Ritchie, Luan e Vanessa, Biafra... tô adorando!

Buenos Aires e as minhas intensas saudades



Esta semana lembrei muito da melhor viagem que já fiz.


No ano retrasado, vivi um momento dificílimo na minha vida. Em menos de uma semana, saí do jornal O Tempo de uma forma conturbada e levei um fora do homem com que vivi um relacionamento de dois anos. A depressão foi profunda. O remédio, segundo o psiquiatra, era viajar para onde esses assuntos seriam esquecidos temporariamente.

Minha amiga Claudinha - o anjo que Deus colocou em minha vida para me orientar - me convidou a ir a Buenos Aires horas depois dom édico ter me receitado uma viagem. Aceitei prontamente.

Que loucura ir a um país diferente, mesmo que ele esteja ali ao lado. Foi a primeira vez de verdade em que saí do Brasil - o dia em que pisei no Uruguai, aos três anos de idade, não conta. No aeroporto, já achei difícil entender o que o cara da alfândega me disse. Mas compreendi bem: não trocar o dinheiro todo no aeroporto, onde o câmbio é desfavorável. Trocar somente o necessário.

Fui ao hostel em que a Claudia ficaria - cheguei à capital argentina umas 12 horas antes dela - na cara e na coragem. Para aquela noite, havia vaga. Para o resto da semana, não. Assim, dormi ali aquela noite e, no dia seguinte, já procurei por uma cama no hostel que havia dois andares acima.

Nos primeiros momentos, quanta timidez. Só havia meninos no local e todos eles se conheciam, conversavam entre si. Eu ali quietinha, observando aquela mistura de línguas e sotaques, sem saber o que fazer. Nunca havia estado em um albergue antes, não sabia como me comportar. Bom, o melhor era tentar dormir.

No outro hostel, fiquei em um quarto com um nova-iorquino. Meu inglês estava tão enferrujado que falei coisas que deixariam meus ex-professores envergonhados. Ao pedir um adaptador de tomada emprestado, usei o verbo "to buy". Demorei horas para perceber que tinha, na verdade, perguntado a ele se podia comprar o objeto... Mas o rapaz foi bastante simpático e não pareceu ligar para a minha comunicação permeada de defeitos.

Logo já quisemos conhecer o centro a cidade, ir atrás do tal local onde poderia trocar meu dinheiro. Nada como uma região central para se ver uma cidade em sua verdade. À noite, corremos para um bar 24 horas da região de Palermo - onde voltamos pelo menos mais duas vezes em uma única semana! Lá conhecemos um ex-funcionário da Casa Branca gato e bacana. Adoro conversar com americanos de mente aberta! Ele foi minha primeira paixão da viagem.

A segunda paixão viria depois. O nova-iorquino foi embora e logo aportou em meu quarto um novo rapaz. Seu nome era Christian. Era um austríaco de ares tímidos com quem me identifiquei prontamente. Não me lembro ao certo como começou nossa amizade, só sei que logo já planejávamos passeios pela cidade. Nos três dias seguintes, seríamos inseparáveis. Enquanto isso, a Claudia fazia amizade com o pessoal do primeiro andar, especialmente com uma suíça fofíssima.

A terceira paixão viria num café da manhã. Não lembro quem puxou assunto com quem, só sei que quando me dei conta, estávamos eu, Christian e dois alemães conversando animadamente na mesa de café. Logo convidei os rapazes: "estamos indo a Bombonera. Querem vir?" O Tobias, um alucinado por futebol, não pensou duas vezes. E o futebol provocaria uma grande aproximação entre nós dois. O passeio pelo bairro do Boca foi um momento auge na viagem.

Nossa turma crescia, havia muito integração entre as pessoas, cada uma de uma nacionalidade. À noite, na hora de assistir a uma apresentação de tango, fiquei em uma mesa onde havia dois alemães, uma suíça, um galês e uma australiana. Experiência única. Ainda tivemos contato com argentinos, uruguaio, israelenses, britânicos, etc etc.

As minhas companhias preferidas - além da Claudinha, é claro - eram Christian e Tobias. O primeiro me impressionava pela educação (ele é certamente o homem mais cavalheiro que já conheci em minha vida) e pelo ar de mistério. O segundo me encatava por sua beleza, inteligência, carisma... seria que teria alguma chance com ele? O Timo, também alemão, chamava a atenção por ser engraçado. Chegou até a vestir a minha calça de pijama (cheia de elefantinhos) só para fazer a gente chorar de rir.
Como no Brasil, as coisas se resolvem é na boate. Foi nela que, depois de mais de duas horas de dança e flerte, perguntei ao Tobias: "você pretende me beijar?" Que realização! Beijei o alemãozinho de olhos cor do céu!
Depois de uma semana de bagunça e descobertas constantes, dormindo três horas por dia, voltei ao Brasil. Mas a história não acabou. Os alemães aceitaram o meu convite e vieram a Belo Horizonte, trazendo a tira colo a queridíssima Lea. Tivemos uma semana maluca, com direito a jantar da mamãe e muitas festas. Em seguida, o austríaco Christian apareceu do nada em nossa cidade. Fui resgatá-lo em um albergue e o levei para minha casa. O que era para ser uma passagem de três dias virou uma estadia de dez dias. Quando ele se foi, chorei de saudades.
Essas pessoas me fizeram muito feliz por alguns dias. E as agradeço muito por isso. Pena que não falam português e não podem ler esse texto que dedico aos gringos que amei por um mês.


Diário da mamãe - Parte 10

A correria esta semana foi tão grande, que nem postei sobre a minha consulta esta semana. Minha pressão sanguínea está ótima (10 por 7), estou com o mesmo peso que tinha quando engravidei, o coração da neném bate forte, tirei algumas dúvidas sobre o parto.
Tudo continua ótimo comigo, só queria um pouco mais de tempo para curtir minha barriga...

domingo, 24 de maio de 2009

Errata

Como bem viu o meu amigo Marcelo, cometi um erro ao dizer que o Hamilton desperdiçou a oportunidade no ano passado. Não, ele foi campeão em 2008 de forma apertadíssima. Ele desperdiçou uma ótima vantagem em 2007, quando venceu muito bem as primeiras provas, mas permitiu que os ferraristas se aproximassem.
Que erro horrível...

O cara!


Sempre há tempo de mostrar aos outros o seu talento.

Sempre achei o Jenson Button um cara muito bom no volante, mas ele ainda não havia tido uma boa oportunidade. Agora, em uma escuderia surpreendente, o britânico gatíssimo e megassimpático tá exibindo uma performance fora do comum. O Rubinho está tentando manter a proximidade, mas não tem jeito, essa é a grande oportunidade do cara e ele não a desperdiçará como seu conterrâneo Hamilton fez no ano passado. Ele tem a idade e a experiência a seu favor.

Quem sabe no futuro outros bons corredores como Kubica e Hosberg também não terão a mesma oportunidade?

Diário da mamãe - Parte 9

Perguntei, questionei, pedi opiniões, mas decidi optar pelo nome que tem dominado minha mente desde que soube da gravidez. Se for menina mesmo, a minha criança vai se chamar Catarina Carlos Oliveira. Se for menino, Vinícius Carlos Oliveira.

sábado, 16 de maio de 2009

Twitter: fenômeno

Uma matéria minha, publicada ontem no HD, andou bombando entre Twitters de belo-horizontinos. Quando o link foi colocado no miniblog do GuiaBH, em 20 minutos houve101 cliques na matéria. E o negócio se espalhou por Twitters de outras pessoas, inclusive da minha amiga Camila - que me avisou: sua matéria tá bombando.
Fico impressionada com a velocidade com que uma notícia corre pela internet. Esse é um acontecimento que não pode ser desconsiderado por comunicadores. Acho que vou aderir ao Twitter agora que estou enxergando utilidade nele...


Clique que vai além da banalidade
Cinthya Oliveira
Especial para o HOJE EM DIA
O Twitter é a nova febre da Internet. Este miniblog, onde o usuário escreve textos de no máximo 140 caracteres, tem agregado adeptos e mais adeptos brasileiros nos últimos anos. Com seu sucesso, surgiu um desafio aos publicitários: como utilizar essa nova ferramenta digital a favor de seus clientes?
O assunto já é pauta para os planejamentos estratégicos desenvolvidos atualmente pela BHTec, agência especializada em mídia digital. De acordo com o diretor Comercial Márcio Augusto Miranda, alguns dos clientes da empresa já possuem seus canais de comunicação via Twitter. “Para o site GuiaBH, criamos um Twitter em que pontuamos algumas informações. Todos os dias, às 11h30, damos dicas de almoço. A pessoa clica no link e observa os detalhes do restaurante recomendado. Por enquanto, as dicas recebem 40 cliques por dia”, conta.
Essas dicas podem ser acompanhadas por qualquer pessoa no endereço twitter.com/guiabh, mas somente os seguidores do site podem interagir. Atualmente, o site possui mais de 2 mil seguidores.Outro cliente da agência para qual foi criado um canal no Twitter é o BH Shopping. “Nos dias que antecederam o Dia das Mães, nós dávamos dicas de presentes para as mamães”, diz Miranda. Segundo ele, a entrada de uma empresa no Twitter se tornou imprescindível depois que a Rede Globo aderiu à novidade. “Ela criou canais de Twitter para cada programa jornalístico da rede”, explica. Grandes corporações internacionais também utilizam o miniblog, como a Philips, a Dell e a Microsoft.
Uma alternativa que tem sido estudada pelas agências para essa ferramenta é o patrocínio de Twitter de famosos. Quem começou essa história foi a agência paulistana I Think, idealizadora do patrocínio da Telefonica presente no miniblog de Marcelo Tas (jornalista do programa “CQC”, da Band), que possui mais de 58 mil seguidores.Mas este assunto tem que ser estudado eticamente, segundo Miranda. “Tudo bem exibir a marca do patrocinador ao lado do miniblog. O que não pode é colocar postagens falsas, para agradar a empresa patrocinadora”.
De acordo com Alexandre Estanislau, sócio-diretor de Criação da Bolt Brasil Comunicação Digital, é preciso que as empresas percam o preconceito que ainda há sobre as mídias sociais (aquelas onde há redes sociais, como Orkut e Youtube). Afinal, esses sites representam muito mais do que puro entretenimento. “O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez uma transmissão da sua posse via X-Treme, uma ferramenta de veiculação de vídeo ao vivo”, comenta. Estanislau diz ainda que, nos Estados Unidos, o Twitter já ganhou funções múltiplas. “As empresas de segurança têm utilizado isso. Se a casa do cliente é arrombada, a empresa entra em contato por meio desse miniblog”, conta o publicitário, que é usuário da nova ferramenta. “Para mim, o Twitter tem sido de grande utilidade. Hoje pela manhã, recebi um recado por esse site de que a Avenida do Contorno estava totalmente parada. Podia haver um Twitter da BHTrans, onde pudessem ter recados sobre congestionamento”.Mas não basta ter boas ideias. É importante que os setores de comunicação das empresas estejam antenadas para a nova relação com clientes e usuários de seus produtos. “Antes a empresa anunciava seu produto como o melhor do mundo e cabia às pessoas acreditar naquilo ou não. Agora existem pessoas que falam mal de produtos na Internet em fóruns de discussão e sites de relacionamentos. A Web é hoje um boca-a-boca exponencial”, explica.
A solução para esse problema, segundo Estanislau, tem sido um monitoramento da mídia social na internet por parte das empresas. Hoje há profissionais especializados em navegar a internet para verificar a recepção de um produto ou uma marca e, a partir disso, criar novas estratégias.