quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Caso Enem: o que poderia ser feito?

Nem consigo imaginar a noite horrível pela qual Fernando Haddad e a turma do Inep passaram. No decorrer da madrugada, tiveram que articular os problemas derradeiros da notícia bombástica de que a prova do Enem tinha vazado. As consequências disso foram complicadíssimas, afinal, isso acontece depois das controversas mudanças e afeta mais de 4 milhões de pessoas de forma direta.
O ministro e sua equipe fizeram o que estava ao alcance: adiar a prova. Agora, deve-se providenciar a impressão da prova reserva e marcar uma nova data. Além de investigar o que aconteceu. Não haveria outra ação a ser feita.
Enquanto isso, os adolescentes fazem protestos, dizendo o quanto é absurdo o adiamento da prova e blábláblá. Não sei o porquê deste discurso, se é inocência ou narcisismo. Afinal, casos de fraudes em concursos de todo o país não são raros (longe disso), imagine só algo com as proporções do Enem.
Qualquer pessoa que tenha um mínimo de conciência sobre o que significa um concurso sabe da enorme complexidade que envolve a questão. E a segurança deles não é infalível. O vestibular que prestei em 2004 foi totalmente diferente do de 1998 na UFMG. As regras da prova que fiz para cursar história foram muito mais rigorosas. Mas em poucos anos, houve transformações: disseminação do celular, lei anti-fumo em espaços públicos etc. Isso acontece porque o tempo todo as pessoas procuram formas de burlar o concurso. No Enem não poderia ser diferente.
Acredito que os jovens têm mais é que aproveitar esse tempo para estudar mais um pouquinho e guardar forças para protestar caso o MEC assuma toda a responsabilidade pelo problema - aí haveria uma questão em relação a recursos públicos. Mas esse é um assunto que pouco interessa aos brasileiros.

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