domingo, 14 de fevereiro de 2010

Minha matéria que saiu há uma semana no Caderno Classificados do Hoje em Dia:

RENDA MULTIPLICADA NA PÁSCOA

A Páscoa só acontece no dia 4 de abril, mas a produção de produtos alusivos à data já começaram a ser produzidos no país. A boa notícia é que a demanda por ovos de chocolate, doces e coelhinhos de pelúcia é tão grande que as possibilidades de ganho são ilimitadas para quem pretende investir no trabalho artesanal e diferenciado.
Há espaço no mercado até mesmo para quem nunca trabalhou com chocolate anteriormente. O investimento para se inserir nessa área não é tão alto. É preciso ter capital para a realização de cursos, comprar equipamentos (especialmente um micro-ondas) e matéria-prima (chocolate e embalagens).
E os lucros gerados pelo chocolate não ficam limitados à Páscoa. Ana Paula Souza Oliveira, 37, é um exemplo de quem transformou a produção de doces em profissão. "Eu já trabalhava com bolos e pães, mas, em 2001, descobri o chocolate. O meu marido me aconselhou a me especializar em uma coisa só e decidi ficar só com o chocolate, porque sinto um prazer enorme em trabalhar com isso", conta Ana Paula, que lucra, pelo menos, R$ 1.200 por mês com a produção. Em datas como Páscoa e Natal, sua renda é muito maior. "A demanda dobra a cada ano. Eu sempre crio novidades. A cada bombom novo ou a cada embalagem diferente que desenvolvo, comemoro muito. Por isso, estou sempre me reciclando" diz ela, que costuma buscar matéria-prima e realizar cursos na Maria Chocolate, especializada em atender aos artesãos desse setor.
Segundo Ana Paula, não é necessário investimento muito alto para quem está começando. "No início, derretia o chocolate no banho-maria. Depois, adquiri o micro-ondas e vou comprando aos pouquinhos os equipamentos. No ano passado, comprei uma forma de ovo mais sofisticada que agilizou muito o meu trabalho", resume.
Fazer curso é o primeiro passo
O primeiro passo para se inserir no mercado dos chocolates artesanais é procurar por cursos de formação profissional. O Senac, a loja Maria Chocolate e o projeto Via Ensina, do Via Shopping, oferecem opções de cursos longos (15 horas) e curtos (2 horas). Os valores variam de acordo com a duração das aulas.
No Senac, alguns cursos são ministradas pela culinarista Jussara Keiko Tanaka, que trabalha com a arte do chocolate há três décadas. Em cinco aulas, ela ensina aos interessados tudo que se refere à produção dos doces: higiene na manipulação de alimentos; instrumentos e produtos utilizados; tipos de chocolates; técnicas de derretimento, temperagem e moldagem do chocolate; recheios e técnicas de decoração e embalagem.
"Nesse curso, é dado ao aluno a habilidade para sair dali e desenvolver o seu próprio produto. Assim, ensinamos a eles que existem vários tipos de bombons e recheios. Mostramos o básico, com a orientação para que eles possam desenvolver novas receitas", afirma a instrutora, adiantando que a moda atual é investir em bombons com recheios de frutas diferentes do Norte e Nordeste, como cupuaçu e graviola.Segundo ela, quem quer se firmar nesse mercado deve ficar atento às novidades por meio de revistas e Internet. "Mas, antes de sair fazendo doces, é importante definir o público-alvo. Saber se é melhor se dedicar a produtos mais sofisticados ou seguir na linha mais tradicional", ensina.
Atualmente, as possibilidades de chocolates e recheios são amplas. A procura tem aumentado por produtos com maior teor de cacau e pelo chocolate belga, um sabor ainda novo no mercado belo-horizontino. "Os recheios também podem ser muito variados. Teve uma aluna minha que foi a um evento onde foi servido um bombom de arroz-doce. Mesmo sendo inusitado, era um doce que combinava muito com a culinária mineira", diz a culinarista, que acredita ser importante a constante reciclagem por meio de cursos. "Eu trabalho com chocolate há 30 anos e até hoje procuro me informar. Sempre há novidades nessa área".
A criatividade é importante na produção de doces
A criatividade é fundamental para o sucesso no mercado do chocolate artesanal. Quem souber criar receitas nova já sai na frente. "Tive uma aluna do interior que nunca tinha trabalhado com chocolate. Depois de cinco dias de curso, ela apareceu com um bombom de doce de abóbora com coco, dentro de uma embalagem linda, feita com palha de milho. Ela criou um produto maravilhoso, que deixou as colegas estimuladas a buscarem suas próprias criações", conta Jussara.
As embalagens devem ter atenção especial por parte do artesão, embora não sejam a parte mais importante do produto. "Sempre contamos para os alunos que o bombom é a estrela do seu trabalho. Por isso, é fundamental que ele seja bonito e bem apresentado. Quando a embalagem permite que chocolate esteja visível, o produto ganha sofisticação. Muitas vezes, uma embalagem simples, feita com papel transparente e um laço bem bonito, é a melhor opção", explica Jussara, lembrando que plásticos e papéis muito coloridos são mais adequados para ovos e bombons feitos para crianças.
Para quem deseja realmente investir numa carreira na produção de chocolate caseiro, Jussara aconselha a aquisição de uma derretedeira, para que a pessoa possa fazer um volume grande de produtos. Uma derretedeira com capacidade para 1quilo de chocolate tem custo aproximado de R$ 230. Para quem quer produção ainda maior, a sugestão é investir na máquina de choque térmico (custo de R$ 2.000).

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