quinta-feira, 9 de abril de 2009

História meio torta

Muitas pessoas me perguntam quem é o Rafa, a pessoa com quem compartilharei o momento mais intenso da minha vida. Sempre explico mais ou menos a nossa história. Vou explicar melhor aqui, caso alguém tenha curiosidade. A gente se conheceu no final de 2006, no show do Deep Purple. Ele estava assistindo ao show sentado, com a perna quebrada, e a Carol, entediada, preferiu ficar ao lado do amigo em vez de ficar pulando igual doida comigo e com a a Fer. A atração física foi recíproca na hora, mas ambos namorávamos, então ficou por isso mesmo. Nos encontramos algumas vezes ao longo dos meses no Malaghetas. Em julho de 2007, acabou meu namoro com o Guilherme. Fui a Buenos Aires esquecer dos problemas e, assim que voltei, a Carol me falou: "você precisa beijar na boca. Vou te apresentar a alguns amigos. Que tal se você ficar com o Rafa?". Nem hesitei em dizer que ficaria com ele. Nas semanas seguintes, nos paqueramos bastante, com direito a incentivo do meu amigo austríaco. Os primeiros beijos só aconteceriam no Fundo do Baú, em pleno show do Putz Grila. Pessoas vieram me dizer o quanto ele havia ficado mexido comigo, e certamente foram dizer a ele o mesmo sobre mim. E não era papo furado, eu tinha ficado mexida mesmo. Ficamos direto por quase dois meses, com direito a histórias engraçadas - houve um dia em que a família dele toda apareceu do nada no Malaghetas para me ver e uma noite no Lord em que exagerei na tequila e passei muito mal em seu apartamento. Mas eu sabia por quem estava me apaixonando. Sabia que era uma pessoa com os mesmos defeitos do Guilherme. Além disso, sabia que ele continuava se encontrando com a ex. Estava disposta a levar pra frente um relacionamento que certamente fritaria minha mente? Achei que era melhor terminar aquilo antes que sofresse. Liguei pra ele numa tarde de domingo e disse: "do jeito que está não está bom. Acho melhor a gente não ficar direto mais." O Rafa entendeu que eu estava pressionando para um namoro. Era o contrário. A possibilidade de um namoro complicado me apavorava naquele momento. As feridas do término com o Guilherme não haviam cicatrizado. Na semana seguinte, nós já ficamos de novo. E assim foi por muitas vezes. Não acontecia sempre quando saíamos, mas era um caso frequente. Muitas pessoas me aconselhavam a ficar longe, mas quem disse que eu conseguia? Era uma situação estranha. Eu gostava de vê-lo como um amigo com quem adorava fazer sexo de vez em quando e esperava que fosse esse o sentimento do outro lado. Mas não era simples. Vivíamos em meio a "DRs" no meio das baladas, na frente de todo mundo. Não sei como essas discussões começavam, mas elas eram longas. E sempre havia ciúme dos dois lados, que não podia ser declarado. Em um ano, fomos juntos ao Mineirão, ao Deputamadre no meio da madrugada, a raves e, principalmente, ao Lord. O fim dessa história bagunçada aconteceu quando fiquei com um amigo próximo dele. Na semana seguinte, veio a DR. Eu devia ter falado algo "você não tem nada a ver com a minha vida", mas só soube dizer "desculpa, sei que errei". Neste dia, confessei meus sentimentos. Na semana seguinte, foi a vez de eu apelar por causa de ciúmes. Cheguei a conclusão de que, para aquela amizade seguir em frente, deveria haver alguma regra. Quis conversar pessoalmente com sobre o assunto, mas ele se esquivou. Então, pelo msn mesmo, disse que ia manter a distância. E assim fizemos. Em cinco meses, nos encontramos pouco, conversamos pouco. Aí, numa noite em janeiro, o pessoal combinou de ir a UP prestigiar o amigo. Já havia falado que não ia porque não tinha dinheiro. O Rafa disse que fazia questão, que pagava minha conta. E eu estava vivendo a filosofia de não negar nada dos amigos. Lá, as cantadas de antigamente ressurgiram. Fiquei sem saber o que fazer... Tinha cinco meses que eu não sabia o que era um beijo gostoso de verdade. Cantada aqui, cantada ali, cedi. Acabamos na casa dele, ouvindo Elvis como sempre. Acredito que foi ali que aconteceu a concepção do neném que carrego. Ainda ficamos mais uma vez duas semanas depois, no Studio Bar. As primeiras tonturas apontaram três dias depois.

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