terça-feira, 16 de março de 2010

Jovens precisam de qualificação

Amigos,
Segue reportagem minha que saiu na página de Empregos do classificados no domingo passado. Fala sobre a necessidade de qualificação e capacitação entre os jovens.

Qualificação abre portas para jovens
Especialistas orientam quem tem de 18 a 24 anos sobre como se preparar para o mercado

A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) de janeiro apontou que a taxa de desemprego está caindo na Região Metropolitana de Belo Horizonte, mas que ainda é muito elevada entre os as pessoas com idade de 18 a 24 anos - 18,7% dos jovens dessa faixa estão à procura de trabalho. Segundo o coordenador técnico da PED pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Mário Rodarte, esse é um problema é crônico e estrutural presente não apenas no Brasil, mas também em países desenvolvidos.
"As empresas afirmam que há uma inadequação entre o setor produtivo e o que é aprendido nas escolas, e isso é um grande entrave. Além disso, nossas pesquisas mostram que as pessoas que investem em educação e qualificação têm mais êxito na carreira profissional", afirma Rodarte. De acordo com o coordenador técnico, as pessoas que conseguem adiar sua entrada no mercado de trabalho, priorizando a escolaridade, têm mais chances de serem bem recebidas pelas empresas do que aquelas que abandonaram os estudos .
Mas não basta ter boa escolaridade. É importante se preparar para a função que deseja exercer. "O problema enfrentado pelos jovens não é tanto a falta de experiência, mas sim a falta de qualificação profissional. A grande questão é que praticamente todos os cursos são pagos e é a família quem tem que pagar pela capacitação do jovem", diz Rodarte. Até mesmo as ocupações que antes empregavam pessoas de baixa escolaridade, hoje requerem estudo e capacitação. "Mesmo com experiência, um porteiro tem dificuldade para encontrar emprego se não souber mexer no computador".Senac oferece cursos de qualificaçãoNo Senac Minas, há diversas opções de cursos de capacitação, graduação, extensão, técnico, pós-graduação e educação a distância nas áreas de comércio, serviço e turismo. "Temos ido a escolas públicas e privadas para sensibilizar os jovens para a importância da formação. O setor de serviços também demanda mão de obra qualificada. Com os crescimento econômico, setores como informática, hotelaria e gastronomia têm aberto muitas vagas, mas exigem capacitação por parte dos candidatos", esclarece o superintendente de soluções corporativas do Senac, Silvair Marques de Azevedo. Isaac Sousa Tito, 21 anos, pretende fazer carreira na área de gastronomia. Ele fez o curso de garçom no Senac e logo conseguiu um bom emprego. "Já trabalhava como garçom num pequeno restaurante e decidi fazer o curso. Saí de lá para a Cervejaria Devassa e logo fui convidado para trabalhar no Armazém Medeiros, um restaurante de alta gastronomia. Meu salário melhorou muito", conta.
E para quem acredita na importância da constante capacitação, o Senac oferece o programa Itinerário Formativo. "Quando uma pessoa chega ao Senac, estudamos com ela quais são os passos de desenvolvimento que devem ser dados para crescer na carreira. Uma pessoa que começa como garçom, pode fazer vários cursos e, no futuro, fazer um MBA em gastronomia", diz Azevedo.
O garçom Kleberton Silva, 20 anos, leva a sério a oportunidade de crescer na área de gastronomia. Campeão mineiro na Olimpíada do Conhecimento do Senac, o jovem atualmente faz o curso de cozinheiro e já faz planos para o curso de sommelier. "Cheguei a gerenciar um restaurante, mas estava difícil conciliar trabalho com os estudos e preferi priorizar o curso. Atualmente, trabalho como garçom em eventos nos fins de semana e vou ministrar um curso básico para garçom, em Cláudio", relata. Morador do Bairro São Benedito, em Santa Luzia, Silva tem como meta ser professor no Senac. "Meus professores tiveram boa carreira no mercado e se preparam bastante".
Porta de entrada no mercado

Em muitas famílias, o adolescente é obrigado a contribuir para o pagamento das despesas da casa e precisa trabalhar. Para que possa dar os primeiros passos no mercado de trabalho, sem afetar a qualidade dos estudos, a melhor opção é procurar por estágios. O caminho para descobrir onde estão as vagas de estágio é o CIEE-MG, que busca conscientizar empresários para importância de contratar jovens, de acordo com as normas da Lei 11.788/2008.
“Procuramos convencer as empresas sobre a importância social de empregar o jovem por meio do estágio, explicando que muitas pessoas precisam trabalhar para pagar seus estudos. Temos poucas opções de cursos e faculdades gratuitos em nossa cidade”, explica o superintendente adjunto do CIEE-MG, Sebastião Alvino Colomarte. No último bimestre, as áreas mais beneficiadas com oportunidades de estágio, no nível médio, foram conhecimento geral, técnico em informática, técnico em administração, técnico em mecânica e magistério. No nível superior, administração, direito, pedagogia, ciências contábeis e psicologia.
Cine oferece cursos e palestras
Já as vagas tradicionais com carteira assinada podem ser encontradas nos postos do Sine. Lá, além das oportunidades de emprego, os jovens contam com palestras, workshops, cursos e aprendem a preparar um currículo atraente. “Existem vagas para jovens, sem exigência de experiência, mas elas requerem conhecimento. Por exemplo, uma vaga de auxiliar de escritório pede capacitação em informática”, alerta a coordenadora do Sine-Floresta, Mônica Duarte Mattos.
Segundo ela, qualificação e escolaridade não são os únicos pontos levados em conta pelos contratantes. Quem procura emprego precisa também ter postura profissional. “Tem pessoas que, em um processo de seleção, demonstram timidez e dificuldade de falar. Outras aparecem nas entrevistas usando roupas inadequadas, como camisas cavadas, decotes e até chinelos. Elas não entendem que é preciso se apresentar atraente como mão de obra”, diz Mônica.
Um grande problema entre os jovens que ainda não tiveram seu primeiro emprego é o desconhecimento sobre o mercado de trabalho. “Temos muitas vagas no setor de limpeza, e os jovens têm dificuldades para aceitar essas oportunidades, principalmente filhos de quem trabalha nessa área. Mas se eles não investiram em escolaridade e qualificação, fica muito difícil conseguir trabalhos mais bem remunerados”, explica, alertando que o salário inicial é baixo para qualquer um e que melhora conforme se aumenta a experiência e a qualificação.
Mônica dá duas dicas para o jovem que procura emprego: foco na área que deseja trabalhar (comércio, indústria, serviços, turismo) e elaborar um bom currículo. “Ele deve ser enxuto e com objetivo bem traçado. O currículo deve ser personalizado, específico para a vaga que está pleiteando. Não dá para mandar o mesmo currículo para todos os setores”, diz. Como não há como rechear o currículo com experiências profissionais, o jovem pode incluir dados sobre um trabalho voluntário.

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