quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Frankenstein

Falar de "A Metamorfose" me empolgou um pouco. Comentar livros que nos marcaram é algo irresistível. Aproveito, então, para falar do último clássico que terminei de ler: "Frankstein", de Mary Shelley. É para ficar de queixo caído! Principalmente para quem leu a introdução da autora, nos contando como a figura do monstro se montou em sua mente enquanto tentava dormir. A autora tinha apenas 19 anos e conseguiu transmitir para uma história de terror todas monstruosidades da humanidade: o preconceito, a intolerância, o egoísmo.
O que impressiona logo de cara é a forma encontrada por ela para narrar a trajetória de Victor Frankenstein. A história é passada por meio de cartas que o capitão Walton enviava a sua irmã sobre suas aventuras no Pólo Norte. Dentro dessas cartas estará toda a narrativa do dr. Frank e dentro deste, m certo momento, a narrativa do monstro. É o texto, dentro do texto, dentro do texto. Uma sofisticação ímpar - tanto que é um dos livros mais conhecidos na história da ficção no Ocidente, principalmente, é claro, devido às suas várias versões para o cinema.
A eloquência com que o monstro fala sobre sua solidão, sobre seu sofrimento frente ao temor das pessoas quando se deparam com sua figura grotesca, é completamente emocionante. Ele é horrendo, ele é um assassino, ele é vingativo. Mas é impossível não se identificar com uma figura que gostaria de se integrar e não pode vencer a impossibilidade da convivência.
Não sei se outras pessoas partilham do mesmo sentimento, mas é mais fácil sentir empatia pelo grande vilão deste romance, do que pelo protagonista. É o dr. Frankenstein quem cria uma nova vida e a abandona sem qualquer piedade. É ele quem lhe nega a possibilidade de qualquer aproximação com a humanidade. É ele quem quer privar o monstro de qualquer forma de amor.
Em "Frankenstein", a ação é ágil, os diálogos são sofisticadíssimos, as entrelinhas são infinitas.

2 comentários:

  1. Também li o Frankestein! Gosto desse tipo de romance. També tenho uma certa "empatia pelo grande vilão" desse livro. Não só dele mas de tantos outros personagens...

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  2. Ai que delícia seu comentário, amigo que adoro de paixão! Quando nos encontrarmos de novo (o que não demora, né) podemos acrescentar esse assunto em nossa conversa. Adoro falar de livros com Fer, mas não ainda essa experiência contigo!

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